Que boa surpresa, este pequeno grande filme, produzido por Almodovar.
Sarah Polley interpreta o papel de uma operária surda (Hannah), com traços obsessivos, que é instada pelo patrão a tirar umas férias; há quatro anos que não o fazia e os seus colegas já a olhavam de lado.
Contrariada, Hanna acaba por aceder e, logo no início das férias, propõe-se como enfermeira de um queimado que, numa plataforma petrolífera, no mar do Norte, aguarda evacuação.
Grande parte do filme desenrola-se, assim, no espaço confinado da plataforma e é aí que Hanna acaba por desenvolver uma relação, dia a dia mais estreita, com Josef, o doente queimado, transitoriamente cego (Tim Robbins).
O facto de Hanna ser surda e Josef estar cego pela exposição ao fogo, faz com que a enfermeira acabe por se aventurar a contar a sua história, relacionada com os horrores da guerra na ex-Jugoslávia.
Um filme sussurrado, triste e belo.
Aconselho vivamente.
Uma das perólas mais amadas dos últimos anos cá por casa.
Recomendo também mais do que vivamente o lindíssimo ‘A minha vida sem mim’ da mesma realizadora com a mesma actriz…