Não gosto de bispos.
Acho-os supérfluos. Vestem mal. E não se importam de ser tratados por Dom.
D. Januário Torgal é (ou foi) o bispo das Forças Armadas.
Primeira incongruência: por que carga de água umas forças armadas de um país laico precisa de um bispo?
Adiante.
Há três ou quatro dias, Januário disse que Portugal «não tem governo. (…) E no fim ainda aparece um senhor, que pelos vistos ocupa as funções de primeiro-ministro, dizendo um obrigado í profunda resignação de um povo dócil e tão bem amestrado que até merecia estar no jardim zoológico. Conclusão: parecia que estava a ouvir o discurso de uma certa pessoa há 50 anos.»
O raça do bispo!
A comparar o Passos Coelho com o Salazar!…
Logo no dia a seguir, o Correio da Manhã revelava que o bispo ganhava 4500 euros de reforma e tinha direito a gabinete de apoio, carro, motorista, secretária e telemóvel.
Januário foi aos arames.
Hoje, disse ao jornal i que está a ser vítima de um “linchamento público” e que só ganha “pouco mais de 2500 euros” por mês e que abdicou daquelas regalias todas.
E acrescentou: «depois de uma vida inteira a trabalhar, praticamente metade do que ganho vai para o Estado, que depois não sabe gerir esse dinheiro: vai para espiões e para empresas privadas».
Januário, posso fazer-te uma pergunta?
Por que raio foste para bispo, pá?