Tropa fandanga

Há dois dias, o glorioso Exército português realizou um exercício na Marinha Grande.

Vou explicar tudo, para que a coisa fique bem explícita: o exercício consistia em lançar oito mísseis terra-ar, de curto alcance. Os mísseis eram os norte-americanos Chaparral, anti-aéreos, adquiridos pelo glorioso Exército português em 1990 e visam os alvos em voo, com recurso a localização por infravermelhos e busca de calor. Depois de disparado, o míssil Chaparral segue o alvo num raio de cinco mil metros.

O glorioso exército português disparou oito mísseis Chaparral neste exercício de fogo real, denominado, pomposamente, “Relâmpago 07”.

Aliás, tentou disparar oito mísseis Chaparral.

Quatro deles não chegaram, sequer, a ser disparados, porque “os artilheiros não conseguiram fixar os alvos para disparar os projécteis” (Diário de Notícias).

Dos outros quatro que foram, de facto, disparados, um detonou no areal, isto é, morreu na praia – e os restantes três, que, de facto, conseguiram chegar ao mar, não acertaram nos alvos!

De quem foi a culpa?

Segundo o coronel Vieira Borges, comandante do Regimento de Artilharia Antiaérea 1, a culpa foi dos alvos LZS 5000; eram “alvos que tinham alguns anos e com data de validade até este ano”.

Ainda segundo o DN, tratou-se de “um treino considerado essencial para garantir a capacidade operacional do Exército em reagir a ameaças terroristas que podem utilizar aeronaves para atacar locais estratégicos, í  semelhança do que sucedeu no 11 de Setembro. Estiveram envolvidos 180 militares”.

180 militares do garboso Exército português para disparar 8 mísseis, nenhum dos quais atingiu o seu alvo.

Bin Laden – de que é que estás í  espera, pá?

12 thoughts on “Tropa fandanga

  1. Desfiz-me a rir quando li esta notícia no DN e de facto, não deixa de ter piada. Também é giro notar que os misseis Chaparral são americanos, mas têm um nome bem alentejano (existirão misseis Olival?).

    Também é curioso saber que o MIM-72/M48 Chaparral, é um míssil que entrou em produção em 1969 e que começou a ser descontinuado em 1990, tendo sido abandonado em 98.

    No entanto, aqui está o nosso fantástico exército, lançando alegremente mísseis, quase dez anos depois.

    Porque é que a malta não desiste? Será que não perceberam que ninguém está interessado em invadir isto?

  2. Só mesmo para rir. Não conhecia a notícia, mas não me surpreende.
    Isto lembra-me os meus tempos de tropa. Aaaahhh! O treino de morteiros também era hilariante.

    Como as munições eram caras o treino era feito com um invólucro de alumínio ao qual se acoplavam umas pequenas cargas explosivas. Mas como mesmo o invólucro era caro, pelo menos para o nosso exército, não o podíamos danificar. Assim, por cada recruta que ia treinar o tiro, havia quatro que, umas centenas de metros mais í  frente, seguravam numa lona para apanhar o obus (invólucro de alumínio, convém não esquecer!), para que se pudesse reutilizar. É claro que, entre os acidentes do terreno que provocavam a queda da equipa de resgate, a sua falta de habilidade e a lona mal amanhada que por vezes se rompia, muitas eram as vezes em que o alumínio ia mesmo ao chão.

    Mas eram umas tardes bem passadas…

  3. Isto é o que se chama “conversa de merda”! Não o que o nosso ilustre Anfitrião contou , mas áquilo que estes xulos , proxenetas relatam, em relação áquilo que fazem ao dinheiro das nossas contribuições.e depois são os funcionários públicos que nos f* o dinheiro, não são os políticos e os mililitares.Já agora hoje vi uma reportagem intressante acerca dos politicos.voces por acaso sabiam que os politicos profissionais na europa, começaram por ser aqueles tipos burlões , que vendem banha cobra e jogo,etc.?

  4. Vale a pena investir uns milhões em armas que não disparam. É que entre quem vende e quem compra existe sempre um intermediário a ganhar umas “pequenas comissões”. Estão a ver? Este negócio não pode parar.
    Para quê os misseis? E a tropa?

  5. ainda a propósito do nosso garboso exército lembro-me do negócio de aquisição de 5.000 Uzzi vendidas poucos meses depois ainda nas caixas a um “sucateiro”, que depois a exportou para uns palops ganhando uns milhões…
    e já agora outros países quando deixam de usar as viaturas vendem-nas a civis que continuam a usaá-las por mais alguns anos, e aqui? simplesmente vão para a sucata…

  6. í¨ o glorioso exército português…calça 38 e deram-lhe 43!
    Miguel, aqui as viaturas não vão TODAS para a sucata! Antes fossem…São vendidas em leilão a preços que variam entre 100 e 500€;os proprietários são obrigados a manter essas viaturas durante cerca de 1 ano,se não estou a errar e só então vão para a sucata, GANHANDO o comprador o valor que o estado oferece pelo abatimento de viaturas em final de vida.Acho que vale bem a pena comprar um destes carros, aguentá-lo um anito e depois comprar o novo, com um descontinho de 2500€, não acham? São os políticos topo de gama que temos…

  7. eu foi um dos 180 esforçados militares que trabalhou ardoamente para que este exercicio tivesse sucesso e í± é com agrado ver a facilidade com que voces gozam com o trabalho dos outros…. infelizmente í± correu bem!!! um pouco mais de respeito pelo nosso exercito, muitos militares como eu, abdicam de muita coisa por amor á patria….í± merecemos que o nosso trabalho seja ridicularizado…alias nenhum trabalhador merece, seja qual for o seu trabalho! ps: um pouco mais de respeito pelo nosso exercito!

  8. O Luis Cordeiro ficou zangado com todos estes comentários ao glorioso exército português. Diz que foi um dos 180 “esforçados militares que trabalhou ardoamente”.
    Pena é que “ardoamente” esteja mal escrito…
    Luis: ninguém põe em causa o esforço dos militares, como trabalhadores. O que se põe em causa é mesmo o exército, como instituição.

  9. caramba luis cordeiro, estou estafado. só de lêr a tua mensagem.— Caramba 180 manfios para 4 misseis !!!! de facto trabalharam “ardoamente”. Que tal te esforçares arduamente na gramatica

  10. Ei civis, “firme”…”oup”!
    A vossa função é pagar impostos.
    A do Exército é dar-vos estas agradáveis sensações de…segurança.
    A lógica é esta biodiversidade, como nos formigueiros: há as obreiras, que sois vós os civis.
    Há as sentinelas que é a Gloriosa e milenar Instituição que vai perdurar muito para além dos vossos queridos bebés, descendentes cumpridores, como vós, no futuro.
    Beijos í s senhoras, saudações aos cavalheiros.

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