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{"id":4642,"date":"2012-04-22T18:35:56","date_gmt":"2012-04-22T17:35:56","guid":{"rendered":"http:\/\/www.coiso.net\/?p=4642"},"modified":"2012-04-23T15:58:44","modified_gmt":"2012-04-23T14:58:44","slug":"life-de-keiht-richards-com-james-fox","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.coiso.net\/life-de-keiht-richards-com-james-fox\/","title":{"rendered":"“Life” – de Keiht Richards, com James Fox"},"content":{"rendered":"

Diz-se que, quando o mundo acabar, restar\u00e3o as baratas e Keith Richards. Ao ler esta autobiografia percebe-se porqu\u00ea.<\/p>\n

Numa linguagem adequadamente coloquial, o guitarrista e co-fundador dos Rolling Stones conta-nos as hist\u00f3rias da sua vida – e muitas hist\u00f3rias tem ele para contar!<\/p>\n

Come\u00e7amos pela inf\u00e2ncia de Keith, na Inglaterra do post-guerra, e ficamos a saber que os pais viviam com dificuldades. Filho \u00fanico da Doris e do Bert, Keith cedo se destacou pelo mau comportamento:<\/p>\n

Na p\u00e1gina 62 conta-nos a persegui\u00e7\u00e3o que ele e outros moviam a um mi\u00fado que se \u00c2\u00abjulgava um generalzinho, s\u00f3 por ser capit\u00e3o da equipa desportiva, o melhor da turma, e o representante de todos os delegados. Andava sempre de peito inchado e era muito arrogante com os mi\u00fados mais novos. Decidimos pagar-lhe da mesma moeda. Lembro-me bem dele, chama-se Swanton. Chovia e fazia frio. Primeiro, despimo-lo, depois perseguimo-lo at\u00e9 ele trepar a uma \u00e1rvore. S\u00f3 lhe deix\u00e1mos o bon\u00e9 com as fitinhas douradas. Muito depois de ele descer da \u00e1rvore, o Swanton viria a tornar-se professor de estudos medievais na Universidade de Exeter.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

A mem\u00f3ria de Richards \u00e9 prodigiosa, lembrando-se de como e quando e com quem tocou o qu\u00ea – ou ent\u00e3o, foi capaz de manter uma esp\u00e9cie de di\u00e1rio, estes anos todos, o que pareceria improv\u00e1vel para um tipo que, como ele, foi heroin\u00f3mano muitos anos, para al\u00e9m de ter experimentado todo o tipo de drogas, l\u00edcitas e, sobretudo, il\u00edcitas.<\/p>\n

\u2014<\/a>Richards conta-nos como nasceram os Rolling Stones, uma banda despretensiosa, que apenas queria tocar blues de Chicago mas que, quase por acaso, come\u00e7ou a fabricar grandes \u00eaxitos. Um dos primeiros foi As Tears Go By<\/em>, que valeram a Richards, as primeiras libras a s\u00e9rio.<\/p>\n

Diz ele, na p\u00e1gina 181: \u00c2\u00abAinda me lembro do primeiro dinheiro a s\u00e9rio que recebi. (…) Punha-me a olhar para as notas. Contava-as, voltava a admir\u00e1-las. Tocava-as, cheirava-as. N\u00e3o fiz nada com elas! S\u00f3 as guardei numa caixa, enquanto pensava: “Foda-se! A massa que eu tenho!” N\u00e3o queria comprar nada em particular e tamb\u00e9m n\u00e3o a queria estoirar. Pela primeira vez na vida, tinha dinheiro… “Talvez compre uma camisa nova, cordas novas para a guitarra”. Mas era, sobretudo: “Nem acredito nesta merda!” Com as fu\u00e7as da rainha bem impressas, assinadas pelo tipo certo. Nunca tinha tido tanto dinheiro nas m\u00e3os., mais do que o meu pai ganhava num ano, ele que se matava a bulir.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

Richards era mesmo um pobretanas e, gra\u00e7as \u00ed\u00a0 m\u00fasica, tornou-se num milion\u00e1rio, propriet\u00e1rio de Bentleys e de v\u00e1rias mans\u00f5es em, pelo menos, tr\u00eas continentes.<\/p>\n

Autor de muitas das m\u00fasicas dos Stones (Mick Jagger, embora tamb\u00e9m componha, dedica-se mais \u00ed\u00a0s letras), Richards vai-nos contando os altos e baixos da banda, a morte de Brian Jones, a sa\u00edda de Bill Wyman, a entrada e a sa\u00edda de Mick Taylor, a entrada de Ronnie Wood e, por vezes, n\u00e3o \u00e9 nada meigo para com os seus companheiros.<\/p>\n

Critica muito Brian, pelo seu gosto pelo vedetismo e por andar sempre t\u00e3o drogado que pouco contribu\u00eda para a banda, fala, amargamente, dos desentendimentos com Jagger, nos \u00faltimos 20 anos, mais coisa menos coisa, o que n\u00e3o os impediu de continuar a compor e fazer mega-digress\u00f5es. De Charlie Watts, o baterista, s\u00f3 diz bem…<\/p>\n

Fala-nos, tamb\u00e9m, das suas namoradas e esposas e, claro, da sua depend\u00eancia da hero\u00edna.<\/p>\n

Na p\u00e1gina 329, a prop\u00f3sito de uma das muitas curas a que se submeteu: \u00c2\u00abN\u00e3o sei bem qual \u00e9 a ideia que as pessoas em geral fazem de uma verdadeira crise de priva\u00e7\u00e3o. (…) O corpo revira-se todo de dentro para fora; rejeita-se a si mesmo durante tr\u00eas dias. Sabes que depois disso h\u00e1-de acalmar, mas ser\u00e3o os tr\u00eas dias mais longos da tua vida. \u00c9 ent\u00e3o que te perguntas: “Por que raio me sujeito eu a isto, quando podia estar a viver uma puta de uma vida perfeitamente normal de estrela de rock cheia de pasta?” Em vez disso, est\u00e1s ali aos v\u00f3mitos e a trepar pelas paredes. Por que \u00e9 que te sujeitas a isso? N\u00e3o sei, continuo sem saber. Com a pele arrepiada e as tripas num remoinho, bra\u00e7os e pernas aos safan\u00f5es incontrol\u00e1veis, vomitas-te e cagas-te ao mesmo tempo, tens merda a sair-te do nariz e dos olhos. \u00ed\u20ac primeira vez que acontece a s\u00e9rio, um homem sensato diz: “Estou agarrado”. Mas nem isso impede um homem sensato de voltar \u00ed\u00a0 carga.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

Uma boa parte do livro \u00e9 dedicada \u00ed\u00a0s digress\u00f5es dos Stones, come\u00e7ando pelas primeiras, em ambiente familiar, com um ou dois autocarros, at\u00e9 \u00ed\u00a0s mais recentes, que envolvem centenas de pessoas e de ve\u00edculos. Os acompanhantes dessas digress\u00f5es podem ser, por vezes, bem curiosos, como um tal Dr. Bill (nome fict\u00edcio), que acompanhou a banda na digress\u00e3o de 1972.<\/p>\n

Richards conta, na p\u00e1gina 333: \u00c2\u00abMas o Dr. Bill estava ali, sobretudo, para ca\u00e7ar pachachas. Sendo ele um m\u00e9dico jovem e atraente, foi coisa que n\u00e3o lhe faltou. Mandou fazer cart\u00f5es de visita: “Dr. Bill”, digamos assim, “M\u00e9dico dos Rolling Stones”. Antes do concerto come\u00e7ar, ele escrutinava cuidadosamente o p\u00fablico e entregava vinte ou trinta cart\u00f5es \u00ed\u00a0s gajas mais boas que encontrasse, mesmo que estivessem com namorado. No verso do cart\u00e3o, o nome do hotel e o n\u00famero da suite. E mesmo as tipas com namorado apareciam, mais tarde, para o visitar. Mostravam o cart\u00e3o na recep\u00e7\u00e3o e o Dr. Bill sabia que de entre seis ou sete mi\u00fadas, pelo menos uma ou duas havia de comer, s\u00f3 por lhes prometer que as apresentaria aos Stones.\u00c2\u00a0 Queca garantida todas as noites. Al\u00e9m disso, tinha uma mala cheia das mais variadas subst\u00e2ncias, Demerol ou qualquer merda que lhe pedisses.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

Problemas com as autoridades teve Richards de sobra, tendo estado detido v\u00e1rias vezes, a maior parte delas por posse de droga. Mas, certa vez, na Austr\u00e1lia, a raz\u00e3o foi outra.<\/p>\n

Conta ele, na p\u00e1gina 355: \u00c2\u00abE ainda houve a pequena temporada que eu e o Bobby pass\u00e1mos com duas gajas que engat\u00e1mos em Adelaide. (…) Tinham \u00e1cido, que nem \u00e9 uma das minhas drogas preferidas, mas t\u00ednhamos dois ou tr\u00eas dias de folga em Adelaide, as tipas eram jeitosas e viviam num pequeno bungalow hippie no cimo de uma colina, muitas velas e incenso e candeeiros a petr\u00f3leo cheios de fuligem. (…) E quando tivemos que partir para Perth, na outra ponta da porra do continente, , dissemos-lhes: “Por que \u00e9 que n\u00e3o v\u00eam connosco?” Vieram mesmo. Est\u00e1vamos todos mais pedrados que o Grand Canyon quando entr\u00e1mos no avi\u00e3o. A meio caminho entre Adelaide e Perth, sa\u00edram de repente as duas da casa de banho, seminuas. Tinham-se estado a comer l\u00e1 dentro e sa\u00edram aos saltos e aos risinhos, as destrambelhadas das tipas. (…) E, de facto, detiveram-nos aos quatro por algum tempo, depois de aterrarmos.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

Quase no final do calhama\u00e7o, Keith Richards conta o epis\u00f3dio recente, em que caiu de uma \u00e1rvore, tendo feito uma fractura do cr\u00e2nio e respectivo hematoma subdural. E diz, na p\u00e1gina 562: \u00c2\u00abReceitaram-me um medicamento chamado Dilantin, que torna o sangue mais espesso. Por causa disso, n\u00e3o voltei a snifar coca, que o torna mais liquefeito, tal como a Aspirina. Foi o Andrew quem mo explicou, na Nova Zel\u00e2ndia. “Fa\u00e7a o que fizer, acabou-se a coca\u00edna!” Tudo bem, p\u00e1. A bem dizer, j\u00e1 tinha dado \u00ed\u00a0 narina quanto chegasse para uma vida inteira; n\u00e3o sinto a falta da coca nem um bocadinho. Acho que foi ela que se fartou de mim.\u00c2\u00bb<\/em><\/p>\n

De facto, com tantos excessos cometidos ao longo de quase 70 anos, chegamos \u00ed\u00a0 conclus\u00e3o que foram as drogas e o \u00e1lcool que se fartaram deste Rolling Stone genu\u00edno.<\/p>\n

“Life” \u00e9 um livro que se l\u00ea com agrado, como um conjunto de hist\u00f3rias mais ou menos divertidas e, ainda, como um testemunho de um dos protagonistas da revolu\u00e7\u00e3o que a m\u00fasica pop-rock causou nos usos e costumes do mundo ocidental, nos finais da d\u00e9cada de 60.<\/p>\n

Como b\u00f3nus, Richards explica-nos como afina as suas mais de cem guitarras, com 5 cordas e em open tunning<\/a>.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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