Sou do tempo em que, para assistirmos a um espect\u00e1culo ao vivo, t\u00ednhamos que nos deslocar a Madrid, no m\u00ednimo. E como, na altura, a semanada nem para o tabaco chegava, t\u00ednhamos que nos contentar com o que havia. E era pouco. <\/span><\/p>\n Lembro-me de, em 1971 ou 72, ter ido ao Pavilh\u00e3o de Cascais ver os Procol Harum e j\u00e1 fui com sorte. E tive que esperar que o meu filho tivesse barba para poder ver, ao vivo, os Rolling Stones e os Pink Floyd – na companhia do meu filho, claro…<\/span><\/p>\n Agora, \u00e9 \u00ed\u00a0 fartazana!<\/span><\/p>\n Todos os fins-de-semana h\u00e1 espect\u00e1culos, os mais variados. Parece imposs\u00edvel como h\u00e1 p\u00fablico para tantos espect\u00e1culos.<\/span><\/p>\n E a escolha \u00e9 dif\u00edcil. Por exemplo: ir assistir ao espect\u00e1culo em que David Fonseca vai cantar, ao vivo, o seu \u00faltimo disco, ou ir ao jantar-debate com Pedro Santana Lopes?<\/span><\/p>\n Convenhamos que tomar uma decis\u00e3o n\u00e3o \u00e9 nada f\u00e1cil. Tendo em conta o n\u00famero de patrocinadores, o jantar-debate com Santana Lopes deve ser mais importante que o espect\u00e1culo de David Fonseca – al\u00e9m de que, enquanto o cantor \u00e9 um tipo sorumb\u00e1tico e que parece levar tudo a s\u00e9rio, o Sr. Lopes \u00e9 um bacano, sempre disposto a uma chala\u00e7a.<\/span><\/p>\n