Olga Tokarczuk \u00e9 uma escritora polaca nascida em 1962 e que, no ano passado, venceu o Man Booker Internacional com este curioso livro.<\/p>\n\n\n\n
Psic\u00f3loga de forma\u00e7\u00e3o e activista de esquerda, Tokarczuk tem sido acusado pelos l\u00edderes polacos de direita de denegrir a imagem da Pol\u00f3nia. S\u00f3 se for por ganhar tantos pr\u00e9mios liter\u00e1rios, digo eu, porque, al\u00e9m do importante Man Booker, a escritora tem tamb\u00e9m sido distinguida com outros pr\u00e9mios, nomeadamente na Alemanha.<\/p>\n\n\n\n
Este Viagens \u00e9 um livro muito curioso porque \u00e9 formado por pequenas “entradas”, digamos, assim, pequenos textos, a prop\u00f3sito de viagens. Tem, no entanto, um tema a que a escritora volta obsessivamente: as exposi\u00e7\u00f5es e os museus que mostram plastina\u00e7\u00e3o de corpos e partes do corpo humano, ou as colec\u00e7\u00f5es de bizarrias encerradas em frascos com formalde\u00eddo, como fetos com duas cabe\u00e7as ou colunas deformadas, etc.<\/p>\n\n\n\n
Parece um pouco t\u00e9trico, mas n\u00e3o \u00e9 nada disso. Ao fim e ao cabo, Olga T. fala sobre o corpo humano, sobre a vida e sobre a morte, sobre a viagem que pode ser a da vida, at\u00e9 \u00ed\u00a0 morte.<\/p>\n\n\n\n
Tr\u00eas hist\u00f3rias sobressaem: a do cora\u00e7\u00e3o de Chopin, que \u00e9 secretamente levado de volta para Vars\u00f3via pela sua irm\u00e3; a de uma mulher que regressa \u00ed\u00a0 sua terra natal para envenenar o seu antigo namorado, moribundo, a pedido deste; e a do homem que est\u00e1 \u00ed\u00a0 beira da loucura, depois da mulher e do filho terem desaparecido durante uma viagem \u00ed\u00a0 Cro\u00e1cia, para aparecerem dias depois, sem qualquer explica\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
Aconselho.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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