<\/a><\/figure><\/div>\n\n\nEscrito em forma de di\u00e1rio, acompanhada n\u00e3o s\u00f3 os tempos da pandemia, com o estado de emerg\u00eancia e o confinamento, como tamb\u00e9m as vicissitudes da doen\u00e7a da narradora. Um cancro da mama, a histerectomia radical, a infertilidade, tudo isso \u00e9 narrado com emo\u00e7\u00e3o, mas de um modo muito pessoal.<\/p>\n\n\n\n
Poderia citar dezenas de frases que nos tocaram por uma ou outra raz\u00e3o, mas escolhi apenas estas tr\u00eas.<\/p>\n\n\n\n
A prop\u00f3sito do confinamento provocado pela pandemia:<\/p>\n\n\n\n
“\u2026Que sorte viver em Portugal, ter um governo socialista. A Europa disse para injectar dinheiro na economia. Como vamos viver daqui a tr\u00eas meses, apesar das medidas e dos apoios \u00ed\u00a0s fam\u00edlias e empresas”\u009d.<\/em><\/p>\n\n\n\nIsto passou-se h\u00e1 bem pouco tempo, mas muitos dos nossos pol\u00edticos e comentadores parecem ter esquecido.<\/p>\n\n\n\n
A narradora fala do seu dia-adia. O Jo\u00e3o, que se depreende ser o seu companheiro, est\u00e1 presente, embora n\u00e3o interfira muito na escrita. A prop\u00f3sito de uma visita que fizeram a Auschwitz, como n\u00f3s fizemos, gostava de ter inventado a frase que a autora escolheu.<\/p>\n\n\n\n
“\u2026O Jo\u00e3o e eu fomos a Auschwitz, Birkenau, Treblinka. Fomos ao fim do mundo. N\u00e3o se vem de l\u00e1 com palavras.”\u009d<\/em><\/p>\n\n\n\nMais \u00ed\u00a0 frente, quando se recorda do momento em que soube que tinha cancro da mama:<\/p>\n\n\n\n
“\u2026A pr\u00f3xima pessoa que me falar de excesso de medicina, excesso de radia\u00e7\u00e3o, excesso de zelo, terapias alternativas, naturismos e o caralho, leva um murro”\u009d.<\/em><\/p>\n\n\n\nComo eu a compreendo!<\/p>\n\n\n\n
Este \u00e9 o primeiro romance de Anabela Mota Ribeiro (Tr\u00e1s-os-Montes, 1951), mas a sua escrita j\u00e1 \u00e9 uma escrita madura.<\/p>\n\n\n\n
Aconselho vivamente.
<\/em><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Li algures que Annie Ernaux, a escritora francesa que venceu o Nobel, \u00e9 uma das escritoras favoritas de Anabela Mota Ribeiro. Li tamb\u00e9m, que este livro ser\u00e1 uma obra de autofic\u00e7\u00e3o. Seja como for, \u00e9 uma obra muito conseguida. Lemo-lo em conjunto em tr\u00eas ou quatro sess\u00f5es de leitura e gost\u00e1mos muito. Escrito em forma […]<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":0,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"jetpack_post_was_ever_published":false,"_jetpack_newsletter_access":"","_jetpack_dont_email_post_to_subs":false,"_jetpack_newsletter_tier_id":0,"_jetpack_memberships_contains_paywalled_content":false,"_jetpack_memberships_contains_paid_content":false,"footnotes":""},"categories":[6],"tags":[1331,61,557],"class_list":["post-9146","post","type-post","status-publish","format-standard","hentry","category-lido","tag-anabela-mota-ribeiro","tag-livros","tag-romances"],"jetpack_featured_media_url":"","jetpack_shortlink":"https:\/\/wp.me\/p2Cpjx-2nw","jetpack_sharing_enabled":true,"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9146","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=9146"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/9146\/revisions"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=9146"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=9146"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.coiso.net\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=9146"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}