Elif Shafak (Estraburgo, 1971) é uma escritora turca que escreve em inglês e colabora com jornais como o Guardian, o New York Times ou o Independent.
Este romance, publicado, em primeiro lugar, na Turquia e só um ano depois em Inglaterra, causou alguma polémica e a autora foi levada a tribunal, acusada de “denegrir a identidade turca”.
A razão para esta acusação, que acabou por não ser provada, reside na essência deste romance: as relações entre turcos e arménios, tendo como pano de fundo o genocídio dos arménios, sempre negado pelos turcos.
No entanto, a história principal do livro é a de Asya, uma bastarda, filha de pai incógnito – embora acabemos por saber quem foi o pai nas últimas páginas.
A mãe de Asya, Zeliha, é uma jovem habitante de Istambul que gosta de provocar, usando mini-saias escandalosamente curtas, piercings e tatuagens.
Asya e a mãe vivem numa casa só de mulheres, com as três irmãs de Zeliha e a avó materna.
Cada uma das tias tem as suas particularidades e a sua história e todas elas se cruzam com as histórias de arménios.
Os 18 capítulos têm, como títulos, ingredientes das várias refeições tipicamente turcas que vão sendo referidas na história, começando com “canela”, continuando com “cascas de laranja”, “figos secos”… e acabando com “cianeto de potássio”.
Um livro curioso e que vale a pena ler.
Edição Jacarandá, com tradução de Maria João Freire de Andrade.