A eventual expulsão de Garcia Pereira do MRPP/PCTP por “anti-comunismo primário” é a principal consequência das eleições de 4 de outubro.
Nem o facto do PSD/CDS terem ganho e poderem não formar governo, nem o facto de António Costa ter perdido e querer ser primeiro-ministro, nem o de Jerónimo de Sousa estar praticamente engasgado como sapo que quer engolir, nem o do Bloco de Esquerda querer pertencer, assim de repente, ao arco da governação, nem, finalmente, o facto dos animais terem um representante oficial no Parlamento.
Tudo isso são peanuts perante o anti-comunismo primário do Garcia Pereira.
O Diário de Notícias fez eco ontem de um comunicado do MRPP/PCTP, publicado no Luta Popular, o órgão oficial do Movimento que há mais de 40 anos Reorganiza o Partido do Proletariado – sem sucesso, pelos vistos.
Ou o Partido do Proletariado é muito difícil de reorganizar, ou o Movimento para o Reorganizar é uma Merda!
Ora, o tal comunicado, é assinado por Espártaco (pode lê-lo aqui) – e até por aqui se vê que, se Portugal fosse a Grécia, o MRPP optaria por Esparta, nunca por Atenas!
Espártaco acusa os membros do comité central do MRPP (entre os quais se deve incluir o Garcia Pereira), de “sociais-revisionistas, sociais-fascistas e demais oportunistas”.
O autor do texto faz “apelo aos militantes do partido e ao proletariado português para se empenharem denodadamente neste trabalho pela refundação do partido comunista operário português”, correndo com aqueles membros das suas fileiras.
Este apelo surgiu no final da reunião do Comité Central, que ocorreu no dia 10 de outubro, sob a “direcção da camarada Marta”.
Quem será a camarada Marta?
Certamente, uma operária portuguesa, uma seguidora dos ensinamentos de Lenine, Estaline e Mao.
Também no Luta Popular, o camarada Arnaldo Matos (o Grande Educador da Classe Operária, renascido das cinzas), assina um editorial (ler aqui), em que afirma:
“E eis como, em menos de oito dias, a ideologia política oportunista do PCP e do BE consegue transformar o objectivo de luta por um governo patriótico e de esquerda num governo patriótico e de direita. (…)
E é contra este putedo todo que se têm de erguer o povo trabalhador, a classe dos operários e os verdadeiros comunistas.”
É portanto assim que, sob a direcção da camarada Marta, e seguindo os ensinamentos do camarada Arnaldo Matos, que vamos lutar contra o Passos, o Portas, o Costa, o Jerónimo e a Catarina, enfim: contra esse putedo todo!