Aqui há uns tempos era frequente os jornalistas da rádio e da televisão, dizerem coisas como estas:
* “…Vamos agora conferir como decorreu a reunião de hoje do Conselho de ministros”.
* “…Hoje foi mais um dia de greve dos trabalhadores da Transtejo; junto do representante do sindicato, o nosso repórter vai conferir a adesão í paralisação…”
Portanto, os jornalistas conferiam. Eram conferentes.
Mas os tempos mudaram e agora, ouvimos os mesmos jornalistas a dizerem:
* Vamos agora tentar perceber como decorreu a reunião de hoje do Conselho de ministros”.
* “…Hoje foi mais um dia de greve dos trabalhadores da Transtejo; junto do representante do sindicato, o nosso repórter vai tentar perceber a adesão a esta greve”
Ou seja: os jornalistas da rádio e televisão, deixaram de ser conferentes, para passaram a ser entendedores.
E para entenderem melhor o que se passa passaram a ter a ajuda permanente dos comentadores.
Todos os canais de televisão têm os seus comentadores para questões relacionadas com a guerra, a inflação, a corrupção, os casos dos tribunais, o futebol, as crises políticas, as alterações climáticas e tudo e tudo.
Quer isto dizer que, afinal, os jornalistas não entenderam nada e precisam dos comentadores para perceberem o que se passa.
Por isso, mesmo que confiram e tentem perceber o que se passou na reunião de hoje do Conselho de ministros, precisam da ajuda de um comentador para compreenderem mesmo o que se passou.
Há qualquer coisa no curso de comunicação social que está a falhar…