No passado dia 21 de Dezembro, na Assembleia da República, Passos Coelho disse:
«2013 será um ano de viragem» e 2014 será o ano de «recuperação da actividade económica».
A deputada Heloísa Apolónia ficou mais verde do que já é e disse:
«O senhor veio aqui, há uns tempos atrás, veja se se lembra, por favor, dizer que o ano de 2012 era o ano de viragem, e que 2013 era o ano da retoma do crescimento!»
Passos Coelho ficou irritado e ripostou:
«Senhora deputada, isso é uma falsidade! Nunca disse isso em lado nenhum, e desafio a senhora deputada a trazer afirmações minhas nesse sentido. Senhora deputada, não podemos dizer tudo aquilo que nos apetece sem sermos confrontados com a realidade. Não é assim, isso é falso, senhora deputada!»
E, no entanto, basta consultar os registos do Parlamento para verificar que o primeiro-ministro disse, a 6 de Janeiro deste ano, isto:
«Vamos ter um ano de grandes exigências, mas que será também um ano de viragem económica para o país, é aquilo em que o governo, e eu próprio, firmemente acreditamos».
Em que ficamos?
Afinal, parece que “podemos dizer tudo aquilo que nos apetece sem sermos confrontados com a realidade”, desde que sejamos primeiro-ministro e tenhamos deixado, há muito, de ter vergonha na cara!