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O Coiso
O melhor do meu Pão Comanteiga

CALÇADO

Programa emitido em 21 Novembro 1982

Frases
* O inventor dos sapatos, não sabia onde pôr os pés; por isso, inventou os sapatos e pôs os pés lá dentro...

* Aquela mulher ainda estava ali para romper muitas meias solas. Era corredora de maratona.

* Se você é daqueles que, mal chega a casa, calça logo as pantufas, veja lá se muda de hábitos e descalça, primeiro, os sapatos.

* Muita genpe pem um tar de ténis.

* É relativamente fácil distinguir um salto de sapato de um salto de cavalo. Os sapatos não relincham.

* Nas festas de arromba e nas orgias em geral, é conveniente usar botifarras.

* Se bota é sinónimo de deita, pode perguntar-se: “como vou eu descalçar esta deita”?

* Aquele patrão raramente engraxava as botas; os empregados encarregavam-se de lhas lamber.

* Rigorosamente falando, é impossível comprar calçado em segunda mão.

* O calçado é como a pescada – antes de o ser, já o era.

* Na sapataria há sapatos.
O forno também.

* Os tempos são outros...hoje em dia, os sapatos têm sola de Sri Lanka.

* Os meninos do grupo recreativo usam sapatos de couro. Ou será: os meninos de coro usam sapatos de grupo recreativo?

* Todas as botas de caça precisam de cedilha.

Golpe certeiro
“E agora, como vou eu descalçar este botim?” – perguntava, angustiado, o chevalier Cheveuxlongs des Idéescourtes, com a armadura toda amolgada.
Fora um torneio renhido e ele ficara em muito mau estado – a sua armadura era uma amálgama de ferros retorcidos. E aquele botim teimava em não sair.
O chevalier Bellevue Quatrevingt-quatre, o vitorioso, olhou com desprezo para o seu adversário prostrado no chão e pegou no machado, de gume bem afiado.
Foi um único golpe, certeiro. O chevalier Cheveuxlongs des Idéescourtes deixou de ter problemas com aquele botim.
Aliás, deixou de ter problemas com aquele pé...
(Também publicado na Revista Pâo Comanteiga nº 22,Outubro 1983)

Diálogo-1
A – Bom dia.
B – Bom dia.
A – Reparei que o senhor tem estado a observar as nossas vitrinas... certamente está interessado nalgum dos nossos modelos de sapatos...
B – Não exactamente... desejava uma botas para montar.
A – Montar o quê ou quem, se não é indiscrição?
B – A Little Rosie.
A – Umas botas para montar a Little Rosie, hein!… Dá-me licença que lhe chame malandreco?...
B – Chame se quiser...... sou um liberal... mas informo-o de que Little Rosie é uma égua........
A – Uma égua?... Pois é pena... para éguas não temos botas.
B – As botas não são para a Little Rosie – são para eu a montar...
A – Ah, o senhor monta a Little Rosie com botas! Mas os equídeos não costumam usar ferraduras?
B – Nem todos... o senhor, por exemplo...
A – Bem, bem!... O senhor está a insinuar que eu sou um equídeo?
B – De maneira nenhuma! O senhor usa ferraduras?
A – Claro que não, mas nem todos os equídeos as usam, como o senhor disse há pouco...
B – Ah, então o senhor pertence ao grupo dos que as não usam...
A – Exactamente... isto é... já não sei ao certo... tenho as minhas dúvidas...
B – Deixe estar... a gente amanhã fala...

Diálogo-2
A – Bom dia.
B – Bom dia.
A – Que deseja?
B – Queria umas botas para mim.
A – Que número calça?
B – Não sei ao certo, mas o senhor pode olhar aqui para os meus pezinhos e já faz uma ideia do tamanho... são assim pró grande, não são?
A – É verdade... tenho a impressão de que, para si, só na secção dos pneus.

Diálogo-3
A – Olá rapaz.
B – Oi!
A – Então, mas o que é isso? Vens para a rua de pantufas?
B – É que tenho os pés dormentes...

A invenção da bota
Há muitos, muitos anos, vivia numa aldeia da Baixa Baviera, no nº 17, um pobre e desajeitado sapateiro.
Fraco demais para a vida das armas, tanso demais para comerciante, pobre demais para ocioso – não tivera outro remédio senão aprender a dura arte de fazer sapatos.
Mas fazia-os mal feitos, com o calcanhar na biqueira, com a sola por dentro, esquecendo-se dos buracos para os atilhos – enfim, os piores sapatos da Baixa Baviera.
Mas a Sorte com esse grande é misteriosa e este homem acabaria por ficar na história do calçado graças a um simples episódio, que passamos a relatar.
Estava o sapateiro atarefado na manufactura de um sapato, quando reparou que aquela peça lhe estava a sair muito mal, muito pior do que qualquer outra. Aborrecido com a sua falta de jeito, exclamou:
- isto ainda vai dar bota!
E deu.
Aquele pobre e desajeitado sapateiro, inventara a bota.
Nada na ciência acontece por acaso – tudo surge por acidente...

 

 

 

 

 

 

 

 

Actualizado em: 9 Novembro 2003
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