No nº 5 da Revista Pão Comanteiga, em Outubro
de 1981, começou a publicar-se o Dicionário
Ilustrado Porrinha, numa clara alusão ao famoso Dicionário
Francisco Torrinha, que todos os elementos da equipa bem
conheciam. De facto, quem não tinha em casa, naquela
altura, um exemplar do Torrinha, ou do Moraes. Ainda hoje
guardo, na minha biblioteca, uma edição (a
5ª) do Torrinha, datada de 1935.
Já não sei quem teve a ideia do Porrinha mas
lembro-me que, para a elaboração da letra
A, quase todos os elementos da equipa contribuíram;
no entanto, a partir da letra B, o Porrinha passou a ser,
praticamente, da responsabilidade do José António
Pinheiro e de mim próprio; o Carlos Barradas ilustrava.
O Dicionário Ilustrado Porrinha ocupava sempre as
duas últimas páginas da revista Pão
Comanteiga e, em cada número, era publicada uma letra.
Gostava muito desta secção porque uma coisa
que sempre me deu muito gozo foi brincar com as palavras,
quer atribuindo novos significados a palavras já
existentes, quer criando neologismos muito próximos
de palavras já existentes; por vezes, basta introduzir
uma letra numa palavra que conhecemos para inventar um novo
sentido completamente diferente. Um exemplo: “Agostinho”
deixa de ser um apelido e passa a designar um mês
de Agosto só com 28 dias. Outro exemplo: Substituindo
o “efe” de “Alfândega” por
um “pê”, obtém-se “Alpândega”,
com um significado completamente novo.
Claro que, nesta secção do Coiso, apenas coloco
os termos do Porrinha que são da minha responsabilidade.
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