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O Coiso
O melhor do meu Uma Vez por Semana

 

 

Nº 4 - programa emitido a 22 Fevereiro 1986

Zonas erógenas – a linha branca
Muitas vezes, as pessoas utilizam certas zonas erógenas sem saberem sequer que elas existem. É o que se passa com a linha branca. Calcula-se que 75% dos casais não saibam o que seja essa tal linha branca, razão pela qual decidimos debruçarmo-nos sobre ela com o cuidado dos iniciados e a ansiedade dos cientistas.
Se você não sabe onde tem a sua linha branca, dispa-se. Assim mesmo... agora olhe para baixo... não, não é tão em baixo... aí mesmo! Entre o apêndice xifoideu e a sínfise púbica ou, usando palavras mais vulgares, é essa risquinha descorada que todos temos a meio da barriga e que vai da boca do estômago até lá a baixo, passando pelo umbigo.
Trata-se de um estrutura tendinosa formada pelo cruzamento das fibras dos músculos grande oblíquo, pequeno oblíquo e transverso do abdómen. A linha branca é um ponto fraco, ideal para hérnias – daí se dizer que, por vezes, a carne é fraca. Dividida em duas zonas pelo umbigo, detenhamo-nos na zona inferior. Esta zona é formada por uma faixa anterior, constituída por fibras que nascem no púbis, e por uma faixa posterior (a conhecidíssima adminiculum linae albae) que se implanta no bordo superior da sínfise púbica e do púbis, subindo depois até perto do umbigo.
Daqui se tiram conclusões de inegável interesse prático: ao afagar a linha branca, pomos em jogo fibras que estimulam o estômago, em cima, o umbigo, a meio, e a importante zona do púbis, em baixo.
Estimular a linha branca requer um certo “setting”, a saber: a pessoa cuja linha branca vai ser estimulada deve colocar-se em decúbito dorsal, de abdómen exposto. Por sua vez, o indivíduo que desempenha o papel de estimulador, inclina-se um pouco sobre o primeiro e terá, então, duas hipóteses tradicionais e múltiplas variantes. Pode, por exemplo, utilizar o indicador como elemento estimulante. Basta percorrer a linha branca com a cabeça do indicador, muito lentamente... de cima para baixo... começa ao nível do estômago e vai descendo... descendo... sempre observando as reacções que a estimulação está a provocar na outra pessoa. Fará uma pequena pausa ao nível do umbigo, cujo interior deve percorrer com cuidado especial. Nesta altura, a outra pessoa estará já razoavelmente perturbada. É o momento de prosseguir a sua exploração da linha branca. E vá descendo... descendo... sempre muito lentamente... até atingir o púbis. Aí chegado, a situação poderá estar completamente fora de controlo e compete-lhe a si mantê-la nesse estado.
No entanto se, em vez do indicador, usar a ponta da língua, percorrendo com ela a linha branca, é muito possível que não chegue sequer ao umbigo...
Mas, para estimular a linha branca, não existem apenas o indicador e a língua. Ponha a sua imaginação a trabalhar e não ficará em branco...

Órgãos sexuais – os grandes lábios
Anatomicamente falando, lábios são pregas cutâneas possuindo uma musculatura mais ou menos desenvolvida, conforme os casos. Neste termos, possuímos vários lábios e não apenas os da boca que, sem dúvida, são os mais conhecidos – talvez porque estejam mais à vista. No entanto, e salvo raríssimas excepções, cada mulher possui mais quatro lábios que o homem: dois ditos pequenos e dois ditos grandes. É sobre estes últimos que hoje nos vamos debruçar.
Para observar de perto os grandes lábios é necessário que o observador seja íntimo da observada, o que se compreende, dada a situação destes órgãos. Os grandes lábios fazem parte do aparelho genital feminino e são duas pregas cutâneas, achatadas de fora para dentro, medindo cerca de 8 centímetros de comprimento e centímetro e meio de altura. A sua espessura é maior em cima do que em baixo, o que nos parece correcto – significando isto que, se fizermos um corte transversal nos grandes lábios (o que desaconselhamos vivamente), esse corte terá a forma triangular.
No que respeita à configuração, os grandes lábios possuem uma face externa, coberta de pêlos e separada da coxa pelo sulco genito-crural; uma face interna, lisa e rosada, que está separada do pequeno lábio pelo sulco interlabial; um bordo superior aderente eum bordo inferior, livre, arredondado e coberto de pêlos; uma extremidade anterior unida ao monte de Vénus e uma extremidade posterior, que se junta à do lado oposto.
A estrutura dos grandes lábios é complexa, apresentando cinco camadas, de fora para dentro: a pele, uma camada de fibras musculares, um panículo adiposo subcutâneo, uma membrana fibro-elástica e uma massa adiposa. É graças a estas cinco camadas que os grandes lábios têm aquela consistência que os ouvintes conhecem, algo semelhante à borracha, nem muito duros nem demasiado moles.
No que respeita à sua função, é difícil encontrar uma resposta. Se é verdade que o vulgo chama “boca do corpo” à vagina, é natural que este órgão se encontre ladeado por lábios, à semelhança da boca propriamente dita. Mas fica-nos uma dúvida: se os lábios da boca ajudam a fechar e a abrir a dita boca – que dizer dos grandes lábios?
Procure você mesmo a resposta e não ficará desiludido...

Posições – 1
Partem ambos da posição de decúbito dorsal.
Ele roda para o seu lado direito, apoia o antebraço na cama e ergue o corpo.
A rotação é de 180 graus e realizada lentamente.
Agora, ele está sobre ela, em decúbito ventral.
Ela afasta os membros inferiores, de modo a formar um ângulo que não exceda os 60 graus.
Ele mantém os membros inferiores unidos, ficando apoiado nos dedos dos pés e antebraços, na cama, e no tórax, nela.
Depois da introdução, e quando se julgar apropriado, ela afasta um pouco mais os membros inferiores, ergue-os lentamente e, usando os joelhos como charneira, flecte as pernas e apoia os calcanhares no dorso dele que, entretanto, poderá apoiar os joelhos na cama para um melhor equilíbrio e uma melhor mobilidade.
Prosseguir assim até ao final.
Esta é a técnica geral – os pormenores ficam a seu cargo.

Sonhos eróticos – homens na cama
Ontem sonhei que tinha seis homens na cama. Só costumo ter sonhos desses quando como iscas. Já procurei o conselho de um psicólogo que, após escutar o meu relato, ficou espantadíssimo. Afirmou-me que, mesmo comendo uma dose reforçada de iscas, o máximo que conseguiu até hoje foi sonhar com quatro homens e um anão. Sou, portanto, uma excepção.
E ontem, a excepção confirmou-se mais uma vez.
O cenário do sonho é sempre o mesmo: paredes forradas a papel com motivos florais, grandes pétalas cor de rosa em fundo desmaiado, extensos sofás cujos contornos se perdem no sono, carpetes com pêlos cuja profundidade põem em perigo a nossa integridade física e, ao centro, envolta em tules e gases, uma cama fantástica, com cerca de 50 metros quadrados de área, com pés grossos e arredondados e um espaldar especificamente desenhado para as costas – seis concavidades para os seis homens. Os lençóis são carmim mas, consoante a incidência da luz, parecem adquirir as diversas cores do arco-íris e estão desalinhados, enrodilhados, mas com arte. Aos pés da cama jaz uma colcha de seda, com motivos egípcios. As paredes do quarto parecem possuir finos poros, por onde escapam fumos com aromas exóticos e excitantes: rosas fumigadas, ciclamens esmagados em almofariz de estanho, alfazemas singelas e margaridas de Singapura. Sobre a cama, seis homens. Nus. Completamente. São de tipos e cores diferentes, altos, baixos, assim assim, loiros, morenos, ruivos, albinos, gordos, magros, médios, com ou sem bigode, com ou sem barba, um deles vê-se nitidamente que é do Senegal, porque é negro azeviche e tem uma dentadura alva, que brilha de acordo com a tonalidade que os lençóis vão adquirindo. Estão deitados de costas, de lado, de abdómen para baixo e aguardam algo ou alguém, impacientemente.
E então, entro eu. Venho coberta por um longo vestido de celofane transparente e trago o cabelo apanhado com alfinetes de ouro, cravejados de diamantes. A música de fundo (uma mistura estranha de Mozart e Vangelis) deixa de se ouvir, os homens voltam-se para mim, maravilhados, eu aproximo-me lentamente e o sonho acaba.
Acordo sempre na parte melhor!... Se calhar é da maneira como tempero as iscas...


 

 

 

 

 

Actualizado em: 21 Março 2004
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