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O Coiso

Volta ao Mundo - 2003
com a Air Luxor - 15 a 31 de Março

Austrália - Sydney



Sexta, 21

15h 20 (4h 20 em Portugal) – Chegada a Sydney
A chegada a Sydney foi acidentada. Depois de um voo óptimo, considerando que foram 12h 20 dentro de um avião, chegámos e fomos “apanhados” pela quarentena australiana.
Se, alguma vez, viajarem do Quénia para a Índia e desta para a Austrália, não comprem souvenirs de madeira, chá, bolbos, sementes, ténis ou outros artigos de desporto. Arriscam-se a ficar sem os souvenirs e a pagar uma multa. Abriram-nos duas malas e ficaram muito zangados porque trazíamos uma caixa de madeira pintada e uma flauta para encantar serpentes que, segundo creio, nem toca, recordações da Índia. São artigos de madeira, não são? Então, não os devíamos ter trazido para a Austrália. Mas enfim, deixaram-nos ficar com os souvenirs, mas foi aborrecido ter que abrir as malas.
Partimos então para o hotel, onde distribuíram os quartos. Primeira confusão: registaram dois quartos no nome de um tal Santos J. e nenhum no nosso nome. Deram-nos, então, a chave de um quarto no 23º andar e pediram-nos para ir ao quarto do Santos J., no 19º andar e esclarecer as coisas. Só que o Rydges Jamison Hotel tem o sistema do elevador seguro, isto é, para eu subir até ao 19º andar tenho que ter o cartão de um quarto desse andar, porque o elevador só funciona depois de se introduzir o tal cartão numa ranhura existente no elevador. Que decidimos nós? Fácil: subimos até ao 23º andar (tínhamos um cartão para esse andar) e, depois, descemos 4 andares até ao 19º, pelas escadas. Boa ideia, não acham? Não foi boa ideia. Depois de entrarmos nas escadas, descobrimos, aterrorizados, que as portas só se abrem do lado do hall do hotel! Resultado: tivemos que descer 23 andares, até à rua! No 2º andar, a Mila ainda conseguiu abrir a porta, mas deu de caras com uma conferência que estava a decorrer numa das salas do hotel.
Regressámos ao lobby do hotel, cansados, todos sujos do pó do corrimão das escadas e fomos ter com a guia brasileira, que ficou muito espantado por nos vir surgir da rua.
Neste momento, quase uma hora depois, continuamos à espera das malas, finalmente no nosso quarto, agora no 22º andar. Suspeitamos que as malas devem ter seguido para o 19º andar, para o tal Santos J. Entretanto, pedi a um mate australiano, chamado James, para nos tratar do assunto. Esperemos...
Tudo isto depois de 12h de voo, em que praticamente não dormimos. É a 2ª directa desta volta ao mundo!

20h 10 – Primeiro passeio por Sydney
Estamos podres! Mais de 12h de avião e, depois, descer 23 andares a pé, deram cabo de nós!
Quase 2 h depois de termos chegado ao hotel, o mate James e outro mate apareceram com as malas. Cinco euros para cada um. Partimos logo para um curto passeio. O hotel fica mesmo downtown. Comemos um big mac, trocámos dólares por dólares australianos (“que feios que são os dólares americanos, não acham?” – disse o empregado da casa de câmbios; “um dinheiro tão forte e tão feio!” De facto, os dólares australianos são bem bonitos e as notas são em plástico).

Fomos até ao porto de Sydney, a um sector chamado The Rocks, de onde se avista a Opera House e a Harbour Bridge. Muito agradável, fazendo lembrar os pier de Nova Iorque e San Francisco; os aranha-céus junto ao porto fazem lembrar Battery Park.
Comemos uma sandes e bebemos uma Coca Cola e, às 20h 30 estamos prontos para dormir, pestanejando perante as notícias da guerra, na CNN.
O quarto é óptimo, móveis modernaços, vista sobre a cidade, com a torre de comunicações mesmo em frente; e a casa de banho é óptima, com a tal banheira junto à janela; a luz do sol, coada pelo estore, convida mesmo a banhos de imersão prolongados.

Sábado, 22

23h 10 – Visita de Sydney
Finalmente, um dia tranquilo. Eu dormi quase 10h, a Mila menos, por causa da urticária, que se concentrou na palma das mãos, mas deu para descansar.
Pelas 9 e picos, arrancámos para uma visita da cidade: Darling Harbour, The Rocks, Opera House, Harbour Bridge. Nas docas, embarcámos no Olympic Storm para um passeio pela baía de Sydney, que é formada por uma série de reentrâncias e algumas ilhas. Foi um passeio tranquilo de mais de uma hora, que nos permitiu ver a cidade, do lado do mar: muitos veleiros, ferryboats, alguns hidroaviões, a Opera com a Ponte. Alguns tipos escalam a ponte, todos agarradinhos por cordas. Estoirámos muitas fotos. O barco atracou mesmo em frente ao restaurante Waterfront, onde almoçámos bem.

Depois do almoço, passámos por zonas residenciais com grandes vivendas, viradas para a baía, com janelas rasgadas para receber o sol, fomos até à zona onde a baía se encontra com o Pacífico e passámos, depois, pela famosa Bondi Beach, uma das praias de surfistas. Terminámos a visita pelas 17h e ainda fomos gastar umas massas nas compras: t-shirts, boomerangs, magnetes e outras miudezas.
Mais um banho de imersão e ala para o jantar, no The Summit, um restaurante rotativo, no 47º andar, aqui perto do hotel; antes, ainda fomos dar uma olhadela à baía de Sydney, à noite.
Gostámos muito desta cidade, que tem uma mistura feliz de modernidade e tranquilidade, onde apetece passear; respira-se segurança, as pessoas são simpáticas, sente-se que há qualidade de vida, organização, descontracção. Os mates andam nas ruas com ar de pessoas alegres, não parecem stressados, como se sentissem bem com a cidade onde vivem. Ficámos com vontade de cá voltar, para conhecer melhor Sydney e o resto da Austrália.

Sydney em poucas palavras
Os recortes da baía, vistos do avião, veleiros, ferrys e hidroaviões, a Opera House, que reflecte o sol, a Harbour Bridge e a gente que a escala, gaivotas nos relvados, pessoas descontraídas e simpáticas, organização, tranquilidade, trânsito ordenado, edifícios bonitos, a cidade e a baía, qualidade de vida, vontade cá voltar.

Domingo, 23

13h 45 – Sydney-Thaiti
Levantámos voo às 13h 35 para uma viagem de 6 130km, em cerca de 7h, até ao Tahiti.
Às 15h 45 (hora de Sydney), o comandante Carlos anunciou que estávamos atravessando o meridiano oposto ao de Portugal. Por outras palavras, estamos no outro lado do mundo, nos antípodas, a norte da Nova Zelândia. Houve aplausos e brindámos com vinho tinto.
Às 17h 45 (hora local, algures sobre o Pacífico), o comandante Carlos anunciou que estávamos sobre o paralelo 180, o tal que permite uma viagem no tempo. Então, atrasámos os relógios 24 horas e, de domingo, regressámos a sábado; as horas que havíamos perdido, de Lisboa para Nairobi, depois para Nova Delhi, depois para Sydney, foram todas recuperadas agora, assim, de repente!

A seguir: Tahiti

 

Actualizado em: 3 Abril 2003
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