< Voltar à homepage do Coiso
O Coiso

Volta ao Mundo - 2003
com a Air Luxor - 15 a 31 de Março

Chile - Santiago



Terça, 25

20h 30 – Visita de Santiago do Chile
Já na cama do quarto 818 do Hyatt Hotel, em Santiago do Chile.
Perdi a noção do tempo. Não sou capaz de dizer, com certeza, o que fizemos esta manhã ou ontem à tarde. O salto de 24h que demos no paralelo 180 lixou completamente o fluir do tempo. De repente, recuperámos 24 hoas! Depois, passámos um dia tranquilo em La Moorea, junto ao oceano. No dia seguinte (que devia ser ontem), ainda fomos dar uns mergulhos e, às 10h, pusemo-nos a caminho; o avião levantou voo às 17h, foram 9h de voo e o relógio adiantou 6h. Alguém percebe alguma coisa?!
Agora, às 20h 30, se ainda estivéssemos no Tahiti, seriam 14h 30 mas, se estivéssemos em Sydney, já seria amanhã!
Não me estou a queixar!...
Bom... chegámos ao Hyatt, que é uma torre cilíndrica, com muitos andares e elevadores panorâmicos, ao estilo do Westin Bonaventure, em Los Angeles. As malas chegaram ao quarto 10 minutos antes de partirmos para o almoço e visita da cidade. A Mila estava estoirada; só conseguiu dormir 3h no avião. Fomos almoçar ao Comedero Chileno e partimos para o city tour.
Vimos a cidade de Santiago do Chile do alto de um monte. É uma extensão imensa de casario, dominado pelos Andes, lá ao fundo, ainda com neve em alguns picos. Descemos, depois, à cidade imensa (5.5 milhões de habitantes) e parámos junto ao famoso Palácio de La Moneda, onde Pinochet atacou Allende. Entrámos e saímos a grande velocidade do Museu de Arte Pré-Colombiana e percorremos imensas avenidas, com trânsito muito intenso e muitos jardins.
À primeira vista, a cidade espantou-me. Estava à espera de algo mais confuso, tipicamente latino-americano, mas Santiago pareceu-me uma cidade ordenada e limpa. Regressámos ao hotel ás 19h, comunicámos com a família e fomos comer um big mac aqui perto. Agora, tentar dormir!

Quarta, 26

22h 00 – Caminhada por Santiago
Já estou reorientado no tempo, graças ao dia de hoje, em que ficámos por nossa conta. Pela primeira e única vez nesta viagem, não alinhámos na excursão opcional, que foi a Viñas del Mar e Valparaíso. Achámos que seria mais interessante ficar em Santiago, para conhecer melhor a cidade e parece que a nossa opção foi correcta.
Dormimos das 20h 30 às 6 e picos da manhã.
Depois do pequeno-almoço, pusemo-nos a caminho e andámos, a pé, das 9h às 18h, com pequenos períodos de descanso. Fomos a pé até ao metro, que fica a cerca de 15 minutos do hotel e, depois, de metro até ao centro da cidade. Andámos por ali, como se costuma dizer, a sentir o pulso à cidade. Avenidas largas, com quatro faixas de cada lado, separadas por zonas ajardinadas; tudo limpo, organizado, seguro. O trânsito é intenso e constante, mas parece não haver engarrafamentos. Nas ruas do centro, muitos vendedores ambulantes, vendendo bugigangas e muitas farmácias, que anunciam 25% de desconto em todos os medicamentos, às segundas-feiras! Lojas atrás de lojas, quase todas pequenas, viradas para o comércio local. E nós, à procura de lojas para turistas!...


Nós os dois, na Praça das Armas, com a catedral lá ao fundo.

Voltámos ao palácio de La Moneda e à Praça das Armas, caminhámos por longas ruas só para peões, cheias de gente, comemos uma sandes no café do Museu de Arte Pré-Colombiana e, como não encontrámos nenhuma loja de artesanato, partimos rumo à Rua da Belavista onde, no nº 357, devia existir uma dessas lojas, segundo o mapa que tínhamos. A pé, atravessámos um bom bocado da cidade, cruzámos o rio Mapocho, que está em obras (desviaram o seu curso, ao longo de toda a cidade, para construírem um túnel para aliviar o trânsito da superfície), caminhámos, caminhámos e não encontrámos loja nenhuma.
Voltámos para trás, acabámos por descobrir umas barraquitas, onde comprámos uma flauta dos Andes para o Pedro e uns brincos de lápis-lazuli para a Marta e Dalila. Cansados, comemos uma pizza na Telepizza e regressámos ao centro, um pouco desgostosos com as compras. Afinal, ali para os lados de Santa Lucia, um quarteirão acima de onde havíamos estado de manhã, lá estava uma enorme feira de artesanato! Comprámos mais recuerdos para a família e a Mila comprou um colar de lápis-lazuli, lindíssimo.
Regressámos ao hotel, onde jantámos.
Às 22h 30, a Mila já dorme e eu estou a acabar o meu whisky para me deitar também.
Entretanto, a CNN continua debitar a guerra. Tenho visto pedaços desta guerra na Índia, na Austrália, no Tahiti e aqui, no Chile. Assim, sem uma ideia de conjunto, ainda mais absurda ela parece...

Quinta, 27

11h 45 – A guerra lá ao longe
Ainda a guerra... Começou há uma semana, estávamos na Índia. Depois, em Sydney, em La Moorea e aqui, em Santiago, asim que chegamos ao hotel, ligo a TV na CNN e vou apanhando um pedaço da guerra, o que torna a coisa ainda mais estranha. A guerra só acontece na TV, parece só acontecer na CNN e na BBC World; os restantes canais (e em Santiago, apanham-se mais de 50) continuam com a programação habitual. Nas ruas, também não se dá por nada e nos aeroportos, talvez haja um pouco mais de segurança, mas nada de extraordinário. Claro que o nosso grupo é especial; não seria credível que um de nós decidisse fazer explodir o avião mas, mesmo assim, as medidas de segurança são um pouco mais apertadas.
Quando saímos do Tahiti, houve tipos que ficaram sem a gilette e respectivas lâminas – o que não deixa de ser irónico já que, no avião, as refeições são com faca e garfo de aço inoxidável e os copos são de vidro.
Nesta fase da viagem, em que já só falta uma etapa, o Quénia parece ter sido há muito tempo. "D’jambo Benny”! A estas horas lá deve estar o Benny a conduzir a Nissan pelas picadas da savana ou a fugir aos buracos da estrada Nairobi-Masai Mara.
E, depois do Benny e do Quénia, já passámos pela Índia, com aquela viagem ciclópica a Agra, pela tranquilidade sofisticada de Sydney e pela paradisíaca La Moorea, na Polinésia. Santiago vai, também, ficar para trás. Amazónia, here we go!

Santiago em poucas palavras
Os Andes a dominar tudo, lá ao fundo, sempre presentes, cidade ordenada e limpa, avenidas largas, muitos jardins, trânsito intenso, constante, mas sempre a fluir, ruas apinhadas de gente, caminhando com um propósito aparente, não parece uma cidade do fim do mundo.

16h00 – Santiago-Manaus
Distância até Manaus – 3 600km; voo de 5h, sobrevoando os Andes, Argentina, Paraguai e Bolívia.
Acabámos de sobrevoar os Andes, a cerca de 7 mil metros de altitude; muitos picos com neve ficam pouco abaixo do avião. Mais um espectáculo a não esquecer, nesta viagem.


A imensidão dos Andes, vista do avião

19h 45 – As viagens de avião – Organização da viagem
Sobrevoamos o Brasil já há algum tempo e dentro de uma hora estaremos em Manaus.
As viagens de avião têm sido óptimas; apenas alguns minutos de uma turbulência muito ligeira mas, de resto, uma tranquilidade que dá para escrever, ler, dormir ou comer, sem sobressaltos.
Antes de partir, estava ligeiramente apreensivo com a duração das viagens, nomeadamente a de 12h, para Sydney. Mas, afinal, o voo passou sem grandes problemas e o tempo foi-se escoando com os aperitivos, a refeição, os digestivos, os filmes, o livro e alguns passeios pelas coxias do avião.
Tenho também que registar que, em termos de organização, a Air Luxor está de parabéns. As coisas têm corrido muito bem, sem grandes confusões, o que é de louvar, tendo em conta que somos um grupo de quase 200 pessoas. Quando chegamos aos aeroportos, já temos os autocarros à nossa espera, bem como um camião para as malas. Com todas estas idas e vindas, não há notícia de que alguma mala (ou turista) se tenha extraviado. E isto tem sido possível graças ao esforço de toda a equipa. Os rostos mais visíveis são o Paulo Alves, da Air Luxor, e o Reno, que foi contratado no Quénia – mas há mais gente, cujos nomes não sei, que são também responsáveis pelo êxito desta volta ao mundo.
No avião, também o pessoal de cabina é incansável, prestável e simpático e, no que respeita ao comandante e restantes membros do cockpit, nem vale a pena falar – pois se as viagens têm sido tranquilas, a eles o devemos.

A seguir: Brasil

Actualizado em: 3 Abril 2003
O MELHOR DO PÃO COMANTEIGA
Textos seleccionados do Pão
CROMOS DO COISO
Cromos antigos para a troca e sites recomendados

O MELHOR DO PAU DE CANELA
Textos selecionados deste jornaleco de 1985

HISTÓRIAS POUCO CLÍNICAS
...mas muito cínicas
O MELHOR DO UMA VEZ POR SEMANA
Textos seleccionados deste programa sexual de 1986

COISAS DO COISO
textos e bonecos seleccionados que sairam no Coiso em papel

CAUSAS DO COISO
Como tudo começou

DICIONÁRIO PORRINHA
COMENTÁRIOS AO COISO
E-MAIL
Vá... enviem-me um e-mail!
Zona Privada
Este é o Coiso do Artur Couto e Santos.
Se tiver algum comentário a fazer ao meu Coiso, carregue aqui:

arturcs@netcabo.pt