Com este título, o escritor sul-africano, prémio Nobel em 2003, termina a trilogia que tem o jovem David como protagonista.
Quando, em 2013, li “…A Infância de Jesus“, fiquei entusiasmado. Coetzee contava-nos uma história singular: um miúdo, David, e um homem, Simon, que não é seu pai, chegam a Novilla, uma cidade onde toda a gente deixa o passado para trás. Nesse primeiro volume da trilogia, Simon vai conhecer Iní¨s e vai decidir que ela passará a ser a mãe de David que, vamos descobrindo a pouco e pouco, é um miúdo especial.
Por alguma razão Coetzee decide colocar o nome de Jesus nos títulos dos três volumes e, mesmo que não quiséssemos, acabamos por identificar David com Jesus e os restantes personagens da história com outras tantas figuras bíblicas.
O segundo volume, “…Jesus na Escola“, no entanto, decepcionou-me. Li-o em 2018 e achei que o autor se deixou encantar pelo “…mundo novo” que criou e decidiu tornar a história cada vez mais absurda ““ ou então, todas as peripécias narradas são alegorias, como, por exemplo, o facto de David se transformar num bailarino extraordinário, capaz de dançar os números.
Este terceiro volume continua na senda do anterior. David começa por se rebelar contra os pais adoptivos e decide ir viver para um orfanato, onde se quer tornar um grande jogador de futebol. No entanto, adoece subitamente com uma maleita que nunca vamos saber qual é, vai definhando e acaba por morrer. Depois da morte de David, o livro ainda se arrasta mais, com Simon í procura da mensagem que David deveria ter transmitido, mas ninguém sabe qual é ““ penso que nem o autor.
Coetzee é um dos meus autores contemporâneos preferidos, mas estes dois volumes da trilogia, desiludiram-se.
Nota: a capa da edição portuguesa não deixa de ser irónica para quem é adepto do Benfica…