O novo disco do Chico surge ao mesmo tempo que esta colecção de 6 dvd, realizados para a tv brasileira.
A carreira de Chico é passada em revista, ao longo de mais de 6 horas, que se vêem com agrado, emoção e com uma lágrima verdadeira ao canto do olho.
Esta lágrima foi bem tenaz quando, a propósito de “Tanto Mar”, vemos imagens do primeiro 1º de Maio, em Lisboa, 1974, com toda aquela multidão enchendo as ruas e as varandas, gritando “o povo unido jamais será vencido”.
E quem disser que não se emociona ao recordar esses tempos, das duas uma: ou não os viveu, de facto, ou é fascista. E, neste ponto, não admito meias tintas!
No primeiro disco, intitulado “Meu caro amigo”, filmado no Rio de Janeiro, Chico fala-nos das diversas parcerias que foi fazendo ao longo dos anos, mas sobretudo, nos gloriosos anos 70. Temos o privilégio de ver gravações, em razoável estado de conservação, de encontros memoráveis de Chico com Caetano, Tom Jobim, Edu Lobo, Milton Nascimento, Djavan e muitos outros. E “ouvemos” (como diria o Zé Duarte), grandes canções, como “Valsinha”, “Falando de amor”, “Meu caro amigo”, etc.
O segundo disco, “í€ flor da pele”, foi filmado em Paris. Um Chico Buarque muito clássico, de sobretudo e chapéu, fala-nos das canções que compí´s no feminino. E ouvemos “Tatuagem”, “Esse cara” e “Fantasia”, com Caetano, “O que será”, com Milton Nascimento, “Com açúcar, com afecto”, com Nara Leão, “Feijoada completa”, “Teresinha”, “Mulheres de Atenas” e “Olhos nos olhos”, com Francis Hime, e muitas outras canções inesquecíveis.
O terceiro disco foi gravado em Roma, onde Chico esteve exilado durante algum tempo, durante a ditadura dos militares. Chama-se “Vai passar” e reúne algumas das canções mais “políticas” do compositor: “Tanto mar”, “Vai passar”, “Vai levando” e “Cálice”, entre outras.
O quarto filme chama-se “Anos dourados”, foi filmado no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro e é um depoimento de Chico sobre Tom Jobim e a grande cumplicidade que existiu entre eles. Destaque para “Olha Maria”, “Chega de saudade”, “Lígia” e muitas outras canções, algumas delas gravadas em casa de Jobim, com familiares e amigos participando.
“Estação derradeira” é o quinto filme e, certamente, o menos interessante. Todo ele é dedicado í Mangueira e pretende mostrar que Chico está bem ancorado numa tradição do samba carioca.
O último filme, “Bastidores”, fala-nos da música que Chico compí´s para o teatro: “Roda Viva”, “Calabar”, “Gota de água” e, claro, “A í“pera do malandro”.
Ao longo de toda esta semana, deliciámo-nos com estes seis filmes e recordámos os bons velhos tempos em que a música popular brasileira conseguiu, sem grande dificuldade, destronar o pop-rock anglo-americano, nas nossas preferências musicais. Foi um período curto, talvez entre 1973 e 1980, mas foi um tempo muito rico em boas canções, que toda a gente sabia cantar.
Obrigado Chico, por todos estes serões, em que recordei os meus 30 anos.
Eu tinha 5 anos quando o Chico Buarque criou “A Banda”. Ficou gravada para sempre na minha memória.
O mesmo aconteceu com o “Verão” do Carlos Mendes, 2 anos depois.
São conções para as quais não tenho consciência crítica alguma.
Mas voltando ao Chico: é um activista q.b. da condição humana; um poeta e músico excepcional; canções simples, mas completas.
chico,
carioca +quepaulista,
olhos verdes,
matas ?,
queimadas pela ganância da ignorância…
bossal…
brasil, rio…
que seja um dia chico!!!
Amo Chico Buarque desde os nove anos,amo a sua história de vida e seus olhos,principalmente “olhos nos olhos”.