Forbrydelsen é uma série televisiva dinamarquesa, criada por Soren Sveistrup e que já vai na 4ª temporada.
A 3ª temporada passou recentemente no AXN Black, gravei-a e tenho estado a ver, í velocidade de um episódio por noite, para fazer render o peixe, porque a vontade é ver os episódios todos de seguida.
Nunca pensei que pudesse gostar de uma série policial dinamarquesa, depois de todas as séries norte-americanas que já papei.
A principal personagem é uma desconcertante Sarah Lund (interpretada por Sofie Grabol), inspectora da polícia de Copenhaga; desconcertante porque é a perfeita anti-heroína. Surge sempre com os cabelos desgrenhados, sem maquilhagem, de jeans e faz os dez episódios da temporada com duas ou três camisolas de lã. Tem uma vida particular destroçada, mora num apartamento minúsculo, desarrumado, desconfortável, escuro e quase sem mobília. Acho que nunca a vi rir.
As histórias de Forbrydelsen são complexas, envolvendo, para além de assassínios e/ou raptos e/ou violações, uma intrincada teia política com relações também complicadas com empresas e empresários.
Num momento em que o Cavaco se farta de apelar ao compromisso entre os principais partidos políticos, dando, como exemplo, a maior parte das democracias europeias, é curioso ver, neste série, como é que os três ou quatro principais partidos dinamarqueses se chantageiam, subornam, aldrabam, para conseguir alianças pré e post-eleitorais. E como são perigosas as relações entre alguns elementos desses partidos e os grandes empresários e como, por vezes, as suas acções roçam a criminalidade.
Para complicar tudo isto, as tensão sociais também são abordadas pela série, com inclusão, por exemplo, do fenómeno da imigração.
Sarah Lund move-se no meio desta teia complicada com aparente dificuldade; não se socorre de alta tecnologia, tipo CSI, para chegar onde quer. Vai andando, de pista em pista, socorrendo-se da sua intuição e de ser capaz de estar atenta a pequenos pormenores que passam despercebidos a outros.
Aconselho.
Já vai na 4.ª temporada? Isso é uma boa notícia, pois sempre pensei que o final da 3.ª temporada, que parecia fechar todas as saídas para a figura (realmente espantosa) de Sarah Lund, iria implicar o fim da série. Sou fã incondicional, até porque a série coloca a Dinamarca e os dinamarqueses sob uma luz bem diferente do lado solar desse país, que é o único lado que conheço – fruto de só visitar a Dinamarca no Verão e de ter amigos dinamarqueses que não possuem a dimensão sombria e glauca que a série nos vai mostrando.
Meu caro,
Infelizmente, tenho a anunciar-lhe que, de acordo com as notícias, a série terminou mesmo na 3.ª temporada:
http://www.dailyrecord.co.uk/entertainment/celebrity-interviews/the-killing-creator-says-he-ended-show-1492009
http://www.theguardian.com/tv-and-radio/tvandradioblog/2012/dec/17/killing-perfect-ending
Este final definitivo faz sentido, até pela evolução do “plot” político ao longo das três temporadas: começamos com um presidente da Câmara de Copenhaga, depois passamos a um ministro, e terminamos com um primeiro-ministro. O que é que poderia vir a seguir? A família real? (Mas a família real dinamarquesa é assunto muito pouco excitante e desprovido de qualquer senso político).
Pois é, parece que vamos mesmo despedir-nos da Sarah Lund…
É pena, se assim for… Mas podemos sempre revê-la!
Boa noite!
Como faço para conseguir a terceira temporada legendada em portugues.
Estou a procura, mas não esotu conseguindo nada.
Pode me ajudar?
No aguardo…
Obrigado desde já.
Não faço ideia. Via as 3 séries gravando a partir da TV
Pois se gostaram desta, deveriam experimentar mais séries nórdicas!
1864 é maravilhosa! Um drama histórico sobre a segunda Guerra dos Ducados contra a Prússia. Dinamarquesa também.