Estava um pouco desiludido com ele. Depois do inolvidável “Reservoir Dogs” e do inultrapassável “Pulp Fiction”, o díptico “Kill Bill” não me entusiasmou. As artes marciais não são o meu forte…
Em contrapartida, este “Inglouriou Basterds” é um entretenimento cinco estrelas, contendo todos os tiques geniais de Tarantino: os longos diálogos aparentemente sem sentido, a divisão da narrativa em capítulos, a banda sonora muito especial.
A primeira cena do filme dá logo o tom: Christoph Waltz, que faz um espantoso Coronel Hans Landa, conversa com um produtor de leite francês, í mesa da sua modesta casa, sabendo que, por baixo, se esconde uma família de judeus. Lá fora, estão alguns soldados alemães, que aguardam a ordem do coronel para chacinarem os judeus, e as três jovens filhas do agricultor, virginais e cândidas. Não lhes acontece nada, mas Tarantino cria o ambiente de tal modo que nós estamos sempre í espera da maior desgraça.
Brad Pitt faz o papel do sargento Aldo Raine que, com o seu bando de “basterds” (fazendo lembrar “Dirty Dozen”), se entretém a matar nazis e a tirar-lhe os escalpes. Algumas cenas são citações dos westerns de Sérgio Leone, incluindo a banda sonora, a fazer lembrar “The Good, the Bad and the Ugly”.
Na cena final, ou quase, Hitler é metralhado, juntamente com todo o seu Estado-maior, o que fez com que a guerra tenha acabado naquele dia. O facto disso nunca ter acontecido não tem a menor importância.
Destaque para a figura criada por Brad Pitt mas, sobretudo, para a interpretação de Christoph Waltz. O tipo consegue que odiemos o coronel Landa e aprovemos a sua sanguinária morte.
(Eu sei que ele não morre no fim do filme – mas aprovamos, ou não, a sua sanguinária morte?)
O Coronel chama-se Landa e de facto é um personagem absolutamente genial! Aquela primeira cena colou-me ao sofá e não consegui parar até ter o filme todo visto, pela noite dentro – todas as tuas intervenções são, aliás, geniais, desde a forma como come o Strudel até í maneira delicada como exige que a actriz alemã que é agente-dupla coloque o pé no seu joelho.
E olha que o Landa não morre no fim…
Já fiz as correcções ao texto, que foi escrito um pouco í pressa… Thanks
Pois, aprovaríamos e aplaudiríamos a sua morte í s mãos do Bear Jew, não fosse este ter explodido no cinema.
Há pouco tempo também vi este fabuloso filme do Tarantino (mais um), mas na versão que eu vi, a personagem brilhantemente interpretada por Christoph Waltz não tem uma sanguinária morte, apenas fica com uma “pequena” lembrança na testa…
Ok, ok – mas não desejaste que o gajo morresse, por exemplo, í paulada?
Yep…por momentos até pensei que o gajo fosse ser “escalpado”…