Primeira: aceitar as regras do jogo que os criadores da série nos propõe, não questionar a Dharma Iniciative, não pí´r em causa a teoria da centralidade e de que todos estamos ligados de algum modo, adoptar o lema “here we are, entertain us”
Se assim for, Lost é uma excelente série, viciante, com um bom ritmo, bons actores, voltas e reviravoltas suficientes para nos fazerem ansiar sempre pelo episódio seguinte.
Segunda: estar í espera de que Lost seja uma série racional, que nos dê explicações aceitáveis para o que acontece na ilha e que essas explicações sejam, também elas, racionais.
Neste caso, Lost é uma aldrabice pegada e já não há pachorra para tantas alucinações que, se calhar, não são, porque a Virgem Maria existe mesmo, bem como o cavalinho no meio da selva e mais o avião cheio de droga que, afinal, era o mesmo que levava, a bordo, o maninho do Mr. Eko e não me lixem mais essas coincidências todas que, se calhar, não são coincidências, são o destino, etc, etc.
Decidi adoptar a primeira maneira de ver Lost e, por enquanto, estou a gostar.
Tem que ver a 3ª temporada, a partir do 7 episódio a qualidade é muito boa. Já agora se puder arranje a série The Wire – A Escuta, é um retracto social da cidade de Baltimore feito com um realismo e crueldade raramente vistos na TV, mete Sopranos e Shield num bolso.