Imaginem um tribunal no Tenessee, em que os juízes que julgam arguidos negros, pertençam ao Ku Klux Kan.
Imaginem israelitas a julgar palestinianos e vice-versa.
Imaginem um grupo de ateus a seleccionar candidatos ao seminário.
Imaginem olheiros do Benfica a escolher reforços para o Sporting.
Pois tudo isso poderia acontecer, por exemplo, na República Albertiana da Madeira.
No Hospital Central do Funchal existe uma comissão de ética. Cabe a esta comissão de ética decidir a favor, ou contra, a realização, nesse hospital, de interrupções da gravidez.
Dessa comissão de ética fazem parte, para além de médicos e enfermeiros, um juiz (Sílvio Sousa) e – espantem-se! – um padre católico, o padre José Manuel, capelão do hospital.
Sempre que um pedido para a interrupção de uma gravidez chega í comissão de ética do Hospital do Funchal, qual será o voto do padre Zé Manel?
Quando é que dão a independência í quela coisa, afinal?
Eu sei porque é que há pessoas contra a liberalização do aborto.
Fartei-me de partir a cabeça, a pensar no assunto, mas descobri!
Têm medo que o aborto tenha efeitos rectroactivos!
Estou farta de tentar explicar que não, que quem já cá está, já está, mas acho que não me acreditam…
Têm cagufa, coitadinhos…