Plurales, plurães, plurões, plurãos ou pluralistas

Abundância é plural.

E o plural é muito mal tratado na nossa língua. Esta a conclusão a que chegou o Grupo de Trabalho do Gabinete de Estudos Linguales do Pão com Manteiga.

Com efeito, se o plural de televisão é televisões, o de cão deveria ser cões. Mas se o plural de cão é cães, o de mão deveria ser mães – mas este é o plural de mãe. O verdadeiro plural de mão é mãos, pelo que o de capitão deveria ser capitãos. Ora, se o plural de capitão é capitães, o de limão deveria ser limães. Mas se o plural de limão é limões, o de mão deveria ser mões. Mas se é mãos, o plural de patrão deveria ser patrãos – ou patrães, já que o plural de pão é pães.

Por outro lado, o plural de qualquer é quaisquer, pelo que o plural de halter deveria ser haister.

Não esquecer ainda que, se o plural de barril é barris, o plural de projéctil deveria ser projectis – mas é projécteis. E, neste caso, o plural de funil deveria ser funeis.

O próprio plural de plural é plurais e não plurales, como deveria ser, já que o plural de mal é males, e não mais.

Nem mais!

  • in Pão com Manteiga, março de 1988

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