“Canção ao lado”, dos Deolinda

—Agradavelmente surpreendido.

Gosto dos Deolinda porque: a) misturam fado com marchinhas populares, valsinhas com samba e tudo com tudo; b) têm um som diferente, fruto da combinação de duas guitarras acústicas (Pedro Silva Martins e Luis José Martins) e um contrabaixo (Zé Pedro Leitão); c) a voz da Ana Bacalhau tem um timbre agradável e alegre; d) as letras das canções são bem esgalhadas, fazendo lembrar o Sérgio Godinho, quando estava em forma.

São muitos pontos a favor dos Deolinda.

Gosto, sobretudo, do “Fado Toninho”, quando ela canta “se não me seguram/ dou-lhe forte  efeio/ beijinhos na boca/ arrepios no peito”.

“Movimento Perpétuo Associativo” é quase um Hino Nacional: “Agora sim, temos a força toda/ agora sim, há fé neste querer/ agora sim, só vejo gente boa/ vamos em frente e havemos de vencer/ agora não, que me dói a barriga/ agora não, dizem que vai chover/ agora não que joga o Benfica/ E eu tenho mais que fazer”.

Gosto menos das “baladas” e das canções mais “sérias”.

Não se perde tempo ao ouvir os Deolinda.