Tivemos vários Pedros na nossa História: o Cru ou Cruel, que não perdoou aos que assassinaram Inês, foi o Primeiro; D. Pedro II foi o Pacífico e pouco rasto deixou; o terceiro, casado com D. Maria, foi o Edificador; D. Pedro IV foi o Libertador – no Brasil, deu o grito do Ipiranga e foi o primeiro Imperador das terras de Vera Cruz; o quinto Pedro foi o Muito Amado e reinou num curto período, nos anos 1850, lutando contra a escravatura, criando a Faculdade de Letras e o Hospital D. Estefânia.
Agora, temos que aturar Pedro, o Medíocre.
De seu apelido Passos Coelho, Pedro lixa-nos bem lixados e, depois, vem fazer-nos festinhas no Facebook.
Esta noite, já depois da meia-noite, Pedro decidiu ir ao Facebook e “postou” um texto.
Medíocre.
São cinco parágrafos de conversa mole e lugares comuns, dignos de um Nicholas Sparks de Massamá.
O texto, que se pode ler aqui, começa por nos chamar amigos, que é sinal que nos está prestes a saltar-nos para cima.
Triste, Pedro diz que fez “um dos discursos mais ingratos que um Primeiro-Ministro pode fazer – informar os Portugueses, que têm enfrentado com tanta coragem e responsabilidade este período tão difícil da nossa história, que os sacrifícios ainda não terminaram.”
E esses sacrifícios ainda não terminaram porquê? Pedro não explica. Nem explicou, na sua comunicação ao país. Se nos portamos tão bem, se cumprimos tão bem aquilo que a troika manda, por que razão continuamos na mesma?
Continuando com a sua conversa fiada, Pedro acrescenta: “O nosso país é hoje um exemplo de determinação e força, e esse é o resultado directo dos sacrifícios que todos temos feito”.
Ora, se o nosso país é um exemplo, por que carga de água Pedro nos penaliza ainda mais e decide tirar-nos mais um ordenado?
Quer dizer: quanto mais nos baixamos, mais mostramos o cu, não é Pedro?
Mais í frente, Pedro diz esta frase lapidar, que vai ficar na história: “Queria escrever-vos hoje, nesta página pessoal, não como Primeiro-Ministro mas como cidadão e como pai, para vos dizer apenas isto: esta história não acaba assim”.
A vulgaridade destas palavras até dói. “Esta história não acaba assim”? Ai não?! O que vais fazer, Pedro? Dar uma coça nos gajos da troika? Rasgar o memorando? Torcer o pescoço í Merkel? Ou, simplesmente, continuar a lixar-nos, dia após dia, até que o déficit chegue aos 3%, dê por onde der, doa a quem doer, desde que continua a doer apenas aos do costume?…
Mas há uma frase que se destaca, deste pobre discurso: “Vejo todos os dias o quanto já estamos a trabalhar para corrigir os erros do passado, e a frustração de não poder poupar-nos a estes sacrifícios é apenas suplantada pelo orgulho que sinto em ver, uma vez mais, do que são feitos os Portugueses”
Conversa de ir ao cu, pura e simples.
Pedro – assim assina este texto o primeiro-ministro de Portugal – diz que sabe “do que são feitos os Portugueses”.
Eu não sei de que são feitos os portugueses, mas sei que Pedro está a conseguir, a pouco e pouco, que os portugueses fiquem feitos em merda!