Sanções ou Sansões?

A União Europeia está preocupada com os 0,2% acima do défice de 3% de Portugal em 2015.

É compreensível.

Comparado com isso, os milhões de refugiados, o Brexit e os atentados terroristas são peanuts.

O que a UE não pode aturar é países pindéricos que ultrapassem os 3% de défice.

Outros podem fazê-lo, como a França, mas não são pindéricos.

E se há um Tratado Qualquer que diz que se devem aplicar sanções a esses países, por que não?

Nunca se fez?

Alguma vez havia de ser a primeira.

António Costa escreveu uma carta ao Sr. Junkers, explicando por que razão as sanções não devem ser aplicadas.

A oposição queria conhecer o conteúdo da carta mas o governo diz que é privada.

Para mim, acho que a carta deve ser mais ou menos assim:

“Exmo. Sr. Presidente Junkers,

É pá, deixa-te mas é de merdas e mete as sanções no cu!”

Perante isto, a UE decide mesmo avançar com as sanções.

E serão as seguintes:

  1. Mário Centeno é despedido e vem para cá o Schauble durante um ano
  2. Todos os supermercados têm que seguir o exemplo do Pingo Doce e pagar impostos na Holanda
  3. O alemão passa a ser ensinado na escola básica e torna-se a segunda língua oficial de Portugal para já; daqui a 6 meses, em todos os PALOP, incluindo a Guiné Equatorial
  4. A Caixa Geral de Depósitos é integrada no Deutch Bank
  5. O nosso euro passa a valer 0,5 euro franco-alemão

Para combater estas sanções, Costa precisará de vários Sansões…

Ora vamos lá a explicar o que é uma selecção nacional de futebol

Vou explicar muito devagarinho porque há muita gente que não compreende bem, mesmo gente implicada na coisa.

ronaldoA Federação Portuguesa de Futebol contrata um treinador de futebol e atribui-lhe o cargo de seleccionador, a que corresponde um ordenado, um eventual horário de trabalho e objectivos a cumprir.

Durante algum tempo, esse senhor e alguns ajudantes, assistem a jogos de futebol em Portugal e não só, supostamente atentos aos jogadores com nacionalidade portuguesa.

Vão tomando notas e, ao fim de algum tempo, escolhem 23 jogadores de futebol que, na sua opinião, são os melhores nas respectivas posições em campo.

Esses 23 jogadores constituem a selecção nacional de futebol.

Nada mais.

Com Portugal, têm apenas em comum o facto de terem a nacionalidade portuguesa.

Portugal é um país soberano desde 1139, tendo sido fundado por um tal Afonso Henriques, que foi rei; em 191o, a monarquia deu lugar í  República e, desde 1974, Portugal é uma República democrática, com um Presidente eleito por sufrágio directo e um Governo, que emana da Assembleia da República, cujos deputados também são eleitos por voto directo.

Portanto, nada de confundir a selecção nacional de futebol com Portugal.

São coisas diferentes.

A selecção nacional é uma equipa de futebol, enquanto Portugal é um país.

Quando se diz que Portugal falhou, que Portugal não conseguiu ultrapassar a Islândia e a íustria, que Portugal, mais uma vez, esteve í  beira do sucesso mas voltou a fracassar, está-se a confundir uma simples e prosaica equipa de futebol com uma nação.

Uma nação de deprimidos, tristes e desgraçadinhos mas, ainda assim, uma nação!

A culpa de tudo isto é dos responsáveis pelo marketing.

Quem decidiu começar a dizer que a selecção era candidata ao título de campeã da Europa?

Terá sido no fim de uma daquelas reuniões em que se bebe mais do que se discutem ideias?

A nossa selecção de futebol é mediana, portanto, empatar com a Islândia e com a íustria, foram bons resultados.

Fernando Santos é um treinador triste.

Aliás, o que faz um engenheiro no futebol?

Ponham o homem a fazer pontes e chamem o Mourinho, se têm aspirações.

Quanto a Portugal, a discussão é outra: não vai ser o Ronaldo que nos resolve o défice, a dívida, as sanções.

O cabrão até um penalti falhou!

O espião que vendia azeite

Gil, Carvalhão Gil.

É o nome do nosso espião apanhado em flagrante delito.

Afinal, parece que foi em flagrante delitro – já que o espião afirma que só estava a vender azeite ao russo.

Numa esplanada de Roma, o nosso espião não veio do frio nem tinha licença para matar; pura e simplesmente estava sentado junto ao um colega russo e foram ambos apanhados com a boca na botija.

Dizem os jornais que Gil, Carvalhão Gil, vendia segredos da Nato aos russos por 10 mil euros.

Alega o nosso espião que não – apenas vendia azeite, para ultrapassar o embargo russo aos produtos europeus. E até pedia recibo.

Eis o espião português domesticado, que até pede recibo pelos segredos que vende ao inimigo.

Com espiões destes, os nosso Serviços Secretos não passam de secretos… de porco preto…

Quem protege as lombrigas?

A Ordem dos Advogados aponta várias fragilidades aos projectos de decretos-lei destinados a aumentar a protecção dos animais, diz o Público.

O projecto do PS visa mudar o estatuto dos animais de companhia, de modo a que alcancem um estatuto jurídico intermédio, algures entre os objectos e as pessoas. Porque, neste momento, em termos jurídicos, um cão ou um gato não passa de uma coisa.

Ora, as advogadas encarregadas de elaborarem um parecer, Alexandra Reis Moreira e Sónia Cristóvão, dizem que “as evidências científicas apontam que, até em matéria de faculdades cognitivas, as capacidades de um cão ou um gato têm sido suplantadas por porcos”.

Portanto, por que razão a lei só abrange os animais de companhia?

No entanto, as advogadas também criticam o projecto do PAN, por alargar a protecção dos animais até aos invertebrados – e dizem, no seu parecer, “animais como as moscas ou vermes receberiam tutela penal contra maus tratos físicos”.

Por outras palavras: seria o fim da indústria dos mata-moscas e dos desparasitantes!

Da próxima vez que eu apanhasse a minha neta a coçar o rabiosque, teria que a repreender e dizer: querida, deixa lá as lombrigas em paz!

Dos buracos no asfalto ao glifosato – idiosincrasias portuguesas

Noticia o Público que “uma brigada de funcionários da Câmara de Vila Franca de Xira que se encontrava a tapar alguns buracos da Estrada de Alfarrobeira, que liga Alverca a Vialonga, foram abordados por uma patrulha da PSP, que emitiu um auto de contra-ordenação e uma notificação para pagamento de uma multa de 600 euros.”

Ora essa! Porquê?!

Porque “a Polícia assegura que a brigada do serviço de obras não cumpriu as normas de sinalização e de salvaguarda da sua própria segurança e da segurança dos automobilistas que ali circulavam”.

Por outras palavras: eles que deixassem a estrada com buracos, que assim ficaria muito mais segura!

A explicação desta atitude idiota da polícia é dada por outra notícia, esta do Expresso, segundo a qual, foi detectado glicofosato em portugueses.

De facto, um estudo efectuado pela Plataforma Transgénicos Fora, detectou níveis elevados de glicofosato, o herbicida mais usado em Portugal, na urina de 26 pessoas do Grande Porto.

Este herbicida é considerado “carcinogéneo provável para o ser humano pela OMS”, mas também não deve ser muito bom para a saúde mental.

Ora, sabendo nós que o nossos polícias comem muitas saladas afim de se manterem em forma e, desse modo, apanharem os ladrões, é natural que estejam cheios de herbicida e comecem a bater mal da mona, multando operários que se limitam a tapar buracos no asfalto!

Conversas em Família nunca mais! 25 de Abril sempre!

E é por isso que, para mim, o 25 de Abril será sempre recordado!

Ora tomem lá alguns excertos da Conversa em Família, do Presidente do Conselho, Marcello Caetano, de 4 de Julho de 1972 (recordo que esta Conversa era transmitida pela RTP, canal único de televisão; o sr. Presidente estava sentado num cadeirão, ao lado de uma lareira e falava-nos em tom professoral e condescendente, como qualquer ditador bom, por oposição ao ditador mau, o que tinha caído da cadeira):

Desde que o Senhor Almirante Américo Thomaz se presta ao sacrifício de continuar a exercer a Presidência da República, onde, dom tanta dignidade e devoção, tem servido os supremos interesses do País, só temos de agradecer a Deus o não sermos forçados a difíceis opções.”

Sobre a guerra colonial:

“Guerra colonial?
O sentido da frase é só um: chamou-se assim í s campanhas outrora sustentadas por uma potência para submeter um território ao seu domínio, combatendo a rebelião das populações ou anexando países em estado primitivo.
Ora é fácil de ver que nada disso se verifica no Ultramar português.
Os territórios das províncias ultramarinas estão em paz e ninguém neles contesta a sua integração na Nação portuguesa.
Percorre-se a Guiné, anda-se pela vastidão da terra angolana, desloca-se quem quer que seja de lés a lés de Moçambique e não encontra populações revoltadas.
A vida decorre, por toda a parte, tranquila e normal, num ambiente de trabalho e de entendimento exemplares.
…e se a paz está perturbada, isso deve-se í s guerrilhas que sem o apoio político, financeiro e militar de potências estrangeiras, teriam desaparecido há muito”.

E Marcello sabia como se deviam construir as sociedades africanas:

“As sociedades africanas têm que ser construídas fraternalmente pelos brancos e pelos pretos, fornecendo uns a sua experiência e tecnologia, e dando os outros os elementos válidos da sua cultura.”

As Conversas em Família foram alguns dos momentos mais tristes de uma ditadura saloia, pobre, isolada e envergonhada.

Bofetadas, chapadas, estalos, borrachos, galhetas e similares

Já toda a gente conhece a história.

Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente, escreveram crónicas, que saíram no Público, em que desancavam o ministro da Cultura, João Soares.

Em resposta, o ministro foi ao seu Facebook e ofereceu a ambos os senhores, dois pares de bofetadas.

O alarido foi tal que, hoje mesmo, Soares pediu a demissão e António Costa aceitou.

Quer dizer: o governo anterior tirou quase tudo e passou incólume e quando, neste governo, aparece um ministro a oferecer algo, é demitido.

Está mal.

Mas o que me interessa não é bem o episódio em si mesmo, mas sim a linguagem.

Já repararam que as bofetadas se dão, enquanto os estalos, por exemplo, se pregam?

Sempre aos pares, como os polícias, damos um par de bofetadas, mas pregamos um par de estalos.

Já os borrachos, levam-se. Se não estás quieto, levas um borracho.

As chapadas e as galhetas, por seu lado, podem dar-se ou levar-se, é indiferente.

A história das chapadas tem mais de dois mil anos.

Como se sabe, também Cristo levou uma chapada e até ofereceu a outra face, para levar outra, e não protestou, como este bando de filisteus, que ficou tão ofendido por um ministro gostar de dar porrada.

E Soares até foi elegante porque ofereceu bofetadas, em vez de socos, murros, chutos ou pontapés.

O ex-ministro defendeu-se, dizendo que respondeu a insultos e não a críticas.

De facto, se lermos a crónica da Vasco Pulido Valente (a de Augusto M. Seabra não interessa para nada, nem sequer sabemos a que se refere o M do nome…) – ao lermos a tal crónica, verificamos que ele chama verbo de encher a João Soares.

O que raio será um verbo de encher?

Encher já é um verbo!

Enfim, Vasco Pulido Valente quereria dizer que Soares é incompetente e foi nomeado para o governo só para encher, para fazer número.

Soares não gostou e ofereceu-lhe as tais bofetadas, caso o encontrasse por aí.

António Costa veio dizer que os ministros, até í  mesa do café, não se podem esquecer que são ministros.

E Soares demitiu-se.

Agora que já não é ministro, já pode procurar o Vasco Pulido Valente e, deixando de ser polido, e mostrando que é valente, assestar-lhe um par de bofetadas bem dadas.

O Castro Laboreiro que há em nós

“Nunca houve uma choldra assim no universo!”, dizia Eça de Queiroz, pela voz de uma das suas personagens de Os Maias, referindo-se a Portugal.

País de provincianos.

Invejosos dos tiques dos citadinos, envergonhados das suas tradições, novos ricos.

Portugal é lindo, o povo nem por isso.

Todo este azedume vem a propósito de tudo e de coisa nenhuma.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa tem um cão, um pastor alemão chamado Asa, oferta da Força Aérea.

A este propósito, Américo Rodrigues, vice-presidente da Associação Portuguesa do Cão de Castro Laboreiro, disse ao Público:

“Nada nos move contra o Pastor Alemão ou qualquer outra raça. Mas isto de o Presidente ter um cão de raça estrangeira em Belém é como fazer um brinde com whisky numa cerimónia oficial, em vez de o fazer com vinho do Porto ou um Madeira”

Provinciano, menino! – como diria o Eça.

Ainda por cima, vindo de um tipo que não se chama Manuel nem António, mas Américo!