Nascida em Buenos Aires, em 1978, Samanta Schweblin é considerada uma das melhores escritoras em língua espanhola, das gerações mais jovens e dizem ser seguidora do realismo mágico de Julio Cortazar.
Não há dúvida que Samanta S. escreve muito bem e que as suas histórias têm uma mistura de realismo com alguma loucura.
Na melhor destas sete histórias, Lola, uma velha que quer morrer, mas não consegue, vai juntando roupas e objectos pessoais em caixas, que guarda na garagem, ao mesmo tempo que alimenta uma guerra surda contra o marido e desconfia da nova vizinha do lado e do seu filho.
Noutra história, um recém-divorciado visita os dois filhos, que vivem com a ex-mulher e o seu novo companheiro; leva, nessa visita, os seus pais que, por razões que desconhecemos, andam aos pulos no quintal, todos nus.
Na última história, a narradora é uma criança que, nesse dia, faz 8 anos; a sua irmã, de 3 anos, bebe lixívia e os pais, aflitos, pegam nas duas filhas, metem-se no carro e seguem para o hospital. Como o trânsito está entupido, o pai pede í mais velha que tire as cuecas, que são brancas, e ele vai acenando com elas, para assinalar a emergência.
Histórias curiosas e uma escrita que nos prende.