Obrigado, Coelho!

Venho por este meio agradecer ao primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, ao ministro das Finanças, Vitor Gaspar e ao í€lvaro, o facto de terem decidido cortar-me os subsídios de Natal e de férias do próximo ano.

Feito estúpido, estava decidido a gastar esses dois subsídios em produtos portugueses, ajudando, assim, a dinamizar a nossa economia.

Que burro que eu sou!

Samantha Fox e o ministro das Finanças

—Quem se lembra da Samantha?

Em 1986, um jogo de strip poker permitia-nos despir a Samantha quase toda. Para ela ficar com as maminhas í  mostra, era preciso estar um bom bocado de volta do computador, até conseguir que ela tirasse a roupa.

Samantha foi um ícone dos anos 80, com o seu grande êxito “Touch Me”, acompanhado do sugestivo subtítulo “I Want Your Body”.

Também participou em alguns filmes pornográficos (não vi nenhum) e gravou seis álbuns (não ouvi nenhum), mas ficou mais conhecida pelos posters que forravam as paredes de muitos adolescentes desse tempo.

Pois a Samantha está viva e de boa saúde. Com 46 anos, foi convidada para actuar na inauguração do Naturewaterpark, perto de Vila Real.

Em entrevista ao DN, quando lhe perguntaram se ainda era um sex symbol, respondeu, toda atrevidota: «claro que sim, não se nota? Tudo no sítio, e espero continuar a ser sex symbol por mais alguns anos. Sinto-me jovem e bonita.»

Assim é que é, Samantha! Alto astral!

—Mas, perguntarão, o que tem a Samantha a ver com o ministro das Finanças, Vitor Gaspar?

Será que eu considero o Gaspar um sex symbol?

Será que eu era capaz de passar horas, em frente ao computador, a tentar despir o ministro, num jogo de strip poker?

Não! De modo nenhum!

Mas Samantha e Gaspar têm algo em comum.

Na citada entrevista, a Samantha diz: «Vou contar-lhe um segredo: os fãs que estão mais próximos do palco, quando o concerto começa, pedem o tema (Touch Me) e fazem o gesto com as mãos de tentarem tocar-me no peito. Mas logo lhes respondo: “Vamos guardar o melhor para o fim”. E no fim não têm direito a nada!»

É nisto que Gaspar é igual a Samantha: promete-nos cortes na despesa e, afinal, atira-nos com mais impostos.

No fim, não temos direito a nada!

Não sai nenhum – entram três!

Vitor Gastar, perdão, Gaspar, o novo ministro das Finanças, o tal das camisas um número acima e do ar de ave de rapina assustada, diz que está orgulhoso da escolha.

Cumprindo a promessa de cortar na despesa, o novo governo decidiu nomear mais três administradores para a Caixa Geral de Depósitos, sem despedir nenhum.

Isto é, em vez de utilizar a regra “por cada três funcionários que saiam, só entra um”, optou pela original regra “entram três e não sai nenhum”.

Contraditório?

Não, porque são três excelentes administradores.

A saber:

José Matos, do Banco de Portugal, António Nogueira Leite, do PSD (que muito criticou o governo de Sócrates e se chegou í  frente nos últimos meses; não lhe deram um ministério, deram-lhe um lugarzinho na CGD) e Pedro Rebelo de Sousa, irmão de Marcello Rebelo de Sousa, advogado e irmão de Marcelo Rebelo de Sousa (deve ser do PSD, além de ser irmão de Marcelo Rebelo de Sousa).

í“ Gaspar! Que orgulho!