“O Centenário que Fugiu pela Janela e Desapareceu”, de Jonas Jonasson

Há muito tempo que não me acontecia um barrete destes: comprar um livro porque a publicidade nos garante ser algo de divertido e uma “lufada de ar fresco” e, depois, não conseguir passar das primeiras cem páginas, devido í  patetice da história.

—“O Centenário…” foi publicado na Suécia em 2009 e rapidamente ganhou fama, sendo traduzido para várias línguas (a edição portuguesa é a tradução da edição francesa). Parece que já vendeu mais de um milhão de exemplares!

Parti para a leitura deste livro com alguma expectativa, causada pelo alarido da publicidade e, também, confesso, pelo sucesso recente da trilogia de outro autor sueco, o já falecido Stieg Larsson.

Mas foi a desilusão total. A custo, fui avançando na leitura, tropeçando na falta de credibilidade da história. No dia em completa 100 anos, o velhote decide fugir do lar onde reside, apanha uma camioneta, depois de roubar uma mala com milhões de coroas a um perigoso bandido, junta-se a um sem-abrigo que vive numa estação de caminho de ferro abandonada, matam o bandido, fechando-o numa câmara frigorífica e, posteriormente, enfiam-no num contentor que vai para Adis Abeba!…

Mas o pior são os flash-back da vida do velhote. O primeiro flash-back coloca-o em plena guerra civil espanhola, tratando o general Franco por tu e o segundo coloca-o numa base militar americana, em Los Alamos, servindo café e bolinhos a Oppenheimer, durante uma reunião para o fabrico da bomba atómica!

Foi aqui que fechei o livro e o arrumei definitivamente na prateleira.

Na contra-capa do livro, está esta frase: «um livro capaz do impossível: fazer-nos ansiar pela velhice! Altamente viciante!» – Luis Filipe Borges (Boinas).

Boinas?!

Se eu tivesse lido esta frase, deste conhecido engraçadinho da nossa praça, certamente nunca teria comprado este livro!

4 thoughts on ““O Centenário que Fugiu pela Janela e Desapareceu”, de Jonas Jonasson

  1. Discordo! Devorei o livro em menos de uma semana, achei a leitura surpreendente fazendo uma ligação entre a vida de Alan e grandes acontecimentos mundiais… Não fui pela publicidade do livro, na propria livraria li a primeira página e já soube q a leitura iria me agradar. Recomendo a leitura!

    1. Vespinha: o livro é mau, aqui e em qualquer lado. Absurdo? Absurdo é “O Outono em Pequim”, por exemplo – e esse absurdo vale a pena. Este “Centenário” é um livro pateta.

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