Não gostei deste filme do 007.
Talvez tenha sido porque:
– a sala estava cheia e o calor era insuportável! a Lusomundo do Fórum Almada não deve saber onde fica o botão da temperatura do ar condicionado e, mesmo de t-shirt, senti um calor de ananases!
– o som estava tão alto que gramei as apresentações dos próximos filmes tapando os ouvidos ou ficava surdo. Como o filme do Bond é uma sucessão de explosões, saí da sala com um zumbido que se manteve até í s 3 da manhã;
– durante todo o filme, ouvi o irritante som do “nha-nhac” da malta toda a empatnurrar-se com quilos de pipocas e o “shlurp-shlurp” da gajada a absorver quilolitros de Pepsi (bilhac!);
– o filme tem um intervalo idiota, que apenas serve para o “refill” das pipocas e da Pepsi;
– as cadeiras são incómodas.
Apesar disto:
A história deste “Quantum of Solace” é tão simples que eu não percebi nada. Entram uma série de organizações, tipo MI-6, CIA, PSP, GNR, BPN, MOSAD, FENPROF, CGTP e PCP-ML e, í s tantas, um tipo já não sabe quem é que está a bater em quem.
O filme é uma sucessão alucinante de perseguições e explosões e cenas de porrada, tão rápidas, com uma montagem tão frenética que ninguém percebe nada do que se passa, de quem bate em quem, de quem mata quem.
O realizador diz, em entrevista, que este Bond é mais humano porque tem menos engenhocas. í“ pá! Estás a delirar: mais realista, mais humano? Deves estar a brincar comigo – o gajo leva tanta porrada que devia ter morrido a meio do filme! E um Bond sem engenhocas, não é um Bond – é como um Superman sem super-poderes!
A Bond girl não tem graça nenhuma. Está muito traumatizada porque a mãezinha dela e a mana mais velha foram violadas por um presidente boliviano que é um cliché ambulante e, por isso mesmo, devia pertencer a outro filme. Nos filmes de Bond, as gajas não estão traumatizadas – gostam é de porrada e de uma boa queca…
Enfim, o Daniel Craig é, de facto, um bom Bond – mas este Quantum é uma seca…