Já não se fazem séries como antigamente.
As primeiras três ou quatro séries de 24 deixavam-nos em apneias que punham em risco a nossa vida. Cada episódio terminava de modo tão suspenso que era quase impossível ver o episódio seguinte ou, em alternativa, íamos para a cama a sonhar com o Jack Bauer a morder orelhas de bandidos vários.
Depois, í medida que a série foi envelhecendo e, sobretudo, depois da greve dos argumentistas, 24 foi perdendo gás e esta 8ª e última temporada, embora seja melhor que as duas anteriores, já nada tem a ver com as primeiras.
Bauer continua imbatível e Kiefer Sutherland construiu uma personagem sólida e consistente e os últimos três ou quatro episódios desta 8ª temporada valem pelos outros todos.
Vou ter saudades do Bauer…
Mas outras séries nos têm despertado a atenção.
Flashforward foi uma delas.
A série é baseada na novela com o mesmo nome, publicada em 1999, e da autoria do escritor canadiano Robert J. Sawyer. O plot é engenhoso: num determinado dia, toda a população mundial desmaia durante pouco mais de 2 minutos e, durante esse desmaio, todos têm uma visão do seu próprio futuro.
Será que esse futuro se vai confirmar?
Quem foram os responsáveis pelo desmaio global?
É o FBI, com destaque para o agente interpretado por Joseph Fiennes, que vai tentar responder a estas perguntas.
A ideia é curiosa mas alguns episódios são muito mastigados e com muitos clichés. Fez-me lembrar a série Lost, que prometia muito e que acabou num beco sem saída. O que é certo é que a ABC cancelou a série no final da primeira temporada.
Outra série menos ambiciosa mas muito divertida é The Mentalist, da autoria de Bruno Heller, de que já vimos as duas primeiras temporadas.
Simon Baker interpreta o papel de Patrick Jane, ex-aldrabão da área dos espiritistas, bruxos ou adivinhos. Depois de ver a sua mulher e filha serem assassinadas por um serial killer, deixa a sua bem sucedida carreira de médium e torna-se consultor de um grupo de polícias que, em Sacramento, se encarrega de crimes complicados e que é chefiado por uma mulher com o nome curioso de Teresa Lisbon (Robin Tunney).
A série é despretensiosa e não aleija a inteligência. A personagem de Patrick Jane está bem esgalhada. O tipo abomina os bruxos e afins mas acaba por utilizar muitos dos seus truques para deslindar os crimes, nomeadamente, utilizando o seu poder de observação para reparar em pormenores que escapam aos outros detectives.
Ao contrário de Flashforward, The Mentalist deve ter um orçamento mais modesto, mas atinge bem os seus objectivos.