Fui finalmente visitar o Museu de Design, no antigo edifício do Banco Nacional Ultramarino, na Rua Augusta.
No rés-do-chão, está a colecção permanente: mobiliário, vestuário, projecção de filmes, alguma loiça e duas dúzias de electrodomésticos (torradeiras fantásticas e rádios cheios de patine).
No primeiro piso, a Exposição temporária “É proibido proibir”, dedicada aos anos 60: monitores passam alguns filmes emblemáticos (“Barbarella”, “Midnight Cowboy”), altifalantes debitam música dos anos 60 (“Sgt Peppers…”, “Hair”, “Woodstock”, Stones, Janis Joplin) e mais mobiliário e mais vestuário.
E, de repente, ali estava, bem í vista, a máquina de escrever Olivetti Valentine, igualzinha í que a Mila me comprou nos anos 70 do século passado, em segunda mão, num antiquário das Escadinhas do Duque.
Foi numa máquina igual a essa que escrevi muitos textos para o Pão Comanteiga, a uma velocidade que fazia saltar teclas, literalmente.
E depois, num daqueles ataques que nos dá e em que nos apetece desfazermo-nos de coisas que já não usamos, vendi-a a um ferro-velho, juntamente com muitos trastes.
Mais tarde, dei vários murros em mim próprio, insultei-me do pior, obriguei-me a torturas inenarráveis, próprias de um Jack Bauer, mas nada disso fez regressar a Olivetti ao lar.
Nunca mais me perdoarei!
Quanto ao MUDE, vale a pena a visita, embora saiba a pouco.