Não pode ser verdade!

O Diário de Notícias de hoje diz que, no ano passado, o Zeinal Bava ganhou 2,5 milhões de euros, o Granadeiro ganhou 1,6 milhões e o Rui Pedro Soares ganhou 1,5 milhões.

Não acredito!

Se fosse verdade, o Rui Pedro Soares já tinha comprado um telemóvel com um “device” para eliminar escutas, o Granadeiro tinha arranjado outro penteado e o Zeinal Bava já tinha mudado de nome.

Ruben Micael, por exemplo…

Aljubarrota – a sequela

“Manuela diz que Sócrates até pressionou Rei de Espanha”

(Título do Diário de Notícias.)

—Cego pelos ataques de Manuela Moura Guedes, Sócrates telefonou ao Rei de Espanha e gritou:

“Ou fazes com que a Prisa cale aquela gaja, ou a gente invade o teu país e levam mais porrada do que em Aljubarrota!”

E foi assim que, com o rabinho entre as pernas, o Rei Juan Carlos telefonou aos tipos da Prisa e a Manuela foi para a rua.

í“ Manuela: tenha paciência, querida. Eu sei que a menina deve estar farta de médicos, nomeadamente, de cirurgiões plásticos, mas acho que a querida precisa, urgentemente, de um anti-psicótico.

Tadinho do mensageiro!…

Conta a lenda que, em 490 A.C., Fidípides  correu os 42 km que separam a planície da Maratona da cidade de Atenas, para anunciar a estrondosa vitória das tropas do ateniense Milcíades sobre os persas.

Ao chegar, terá dito: “Alegrai-vos, atenienses, nós vencemos!”

E depois caiu, morto de cansaço.

Assim nasceram duas tradições: a realização da maratona, como prova desportiva e o sacrifício dos mensageiros.

Vem isto a propósito do prazer que os jornalistas têm, como classe, de se vitimizarem.

É frequente ouvi-los protestar contra as “condições de trabalho”, sempre que a cabina de som não tem ar condicionado ou não os deixam passar o cordão de segurança.

Agora, a propósito daquela história ridícula do Mário Crespo, do famoso Plano para Controlar a Comunicação Social (tudo com letra grande) e dos tabefes que Carlos Queirós afinfou num tipo chamado Jorge Batista, comentador desportivo da Sic, a classe está em polvorosa.

Esta manhã, na RTP, outro comentador, também chamado Batista, dizia que este facto era a prova do nervosismo que se vive em Portugal, que se traduz por este hábito de “bater no mensageiro”.

Ora, segundo outro mensageiro, o DN, Carlos Queirós terá dado umas murraças no tal Batista por causa de um assunto pessoal: Queirós terá arranjado emprego ao Batista há 19 anos e agora, o ingrato diz mal do seleccionador.

Quer dizer: a coisa é o mais prosaica possível e não tem nada a ver com “bater no mensageiro”.

Quanto ao tal Plano para Controlar a Comunicação Social é mais um exemplo de lágrimas de crocodilo: tenho a certeza que a nata dos jornalistas detestava o estilo da Manuela Moura Guedes, que até é considerada uma “outsider”, uma apresentadora de TV armada ao pingarelho, que até suspendeu a carteira profissional para poder fazer publicidade.

Se Sócrates a calou, foi um alívio.

Finalmente, no que respeita ao Mário Crespo, até Vasco Pulido Valente, que odeia Sócrates, acha que ele tem todo o direito de exprimir, em privado, a sua raiva para com um tipo que lhe anda a sarrazinar o juízo há anos.

Então, agora, já temos que voltar a ter cuidado, quando falamos com os amigos num restaurante, não vá estar, na mesa ao lado, alguém que vá depois transmitir a mensagem a outrem?

Quem não se lembra disto? A frase “as paredes têm ouvidos” deve ter sido inventada por um gajo da Pide.

Ainda hoje, no editorial de outro mensageiro, o Público, comenta-se o facto de Sócrates ter chamado a este tipo de jornalismo, “jornalismo de buraco de fechadura”, dizendo que “insistir nas críticas ao mensageiro sem cuidar de desfazer a mensagem só é uma boa estratégia para manter a união entre as hostes do PS”.

E eu diria que ambos estão errados: Sócrates deveria ter desmentido ou desmontado as escutas e os jornalistas tinham a obrigação de esmiuçar a informação, não se limitando a pespegar com as certidões do juiz de Aveiro.

Aliás, cá no burgo, chama-se jornalismo de investigação quando se tem um amigalhaço na PJ que nos arranja cópias dos processos.

Talvez não fosse má ideia os jornalistas deixarem de olhar para o seu próprio umbigo e preocuparem-se, apenas, em transmitir as notícias, sem juízos de valor.

E, de preferência, verdadeiras.

Caso contrário, os mensageiros continuarão a levar uns tabefes de vez em quando…

Foda í  Monção?

—Confesso que nunca provei uma foda í  Monção.

Modéstia í  parte, já provei fodas nos 5 continentes, mas nunca em Monção.

Em Valença, sim, que é lá perto, mas quando pernoitei em Monção estava com o estomago muito pesado e não dei uma para a caixa.

Agora, o que eu não sabia – juro que não sabia! – é que a Câmara de Monção quer mesmo certificar as fodas í  moda lá da terra.

Que ideia do c******!

Já viram bem o orgulho que é um cidadão de Monção andar com um certificado, tipo um crachá, espetado no peito, dizendo algo do género: fodas í  Monção é comigo!

E não há cá eufemismos: não é fazer amor í  Monção, ou queca, ou mocada, ou trolitada, ou cambalhota í  Monção.

É mesmo foda e mais nada!

É de Câmaras Municipais como esta que o povo precisa!

(certificar Diário de Notícias de ontem)

A polícia de rastos

Foto e legenda publicados hoje, no Diário de Notícias.

policiaderastosSerá que já é assim que os polícias fazem juramento de honra?

Ai Sócrates, Sócrates – deixaste os polícias de rastos!

(Espero que o Sócrates não leia este texto, caso contrário ainda sou capaz de levar electrochoques, como o director do Público, coitadinho!…)

A soberba de Catarina Carvalho

Não tenho atitudes corporativas.

Claro que há médicos incompetentes, assim como canalizadores, talhantes, jornalistas.

Não costumo comentar assuntos médicos no Coiso – já o disse várias vezes. Sinto-me demasiado envolvido.

Mas a sub-directora do Diário de Notícias, Catarina Carvalho, não me deixa alternativa.

Na sua coluna semanal, a senhora subdirectora conta a sua ida ao Centro de Saúde de Benfica.

Começa por dizer que ficou muito bem impressionada, que pagou apenas dois euros e 25 cêntimos e nem imagina quanto custará, ao Estado, uma consulta médica.

E acrescenta esta frase formidável:

“Esta minha incursão pelo SNS teve bons motivos: tinham-me a dizer que eu já tinha médica de família”.

Para além do uso do verbo “ter” duas vezes na mesma frase, acho curioso a Sra. Subdirectora usar o termo “incursão” para se referir a uma ida ao Centro de Saúde, como se fosse assim uma espécie de aventura, um safari, por exemplo. Será que ela ignora que há pessoas que vão ao Centro de Saúde desde que nascem?

Mas enfim… de que é que a Sra. Subdirectora não gostou?

Do atraso da médica. Diz a jornalista:

“Um atraso í  portuguesa, 5, 10 minutos, aguenta-se sem bufar. 40, já doi.”

A Subdirectora do Diário de Notícias, portanto, bufa…

Adiante…

“Então ela chegou. E não me pediu desculpa. Não arranjou um alibi que explicasse o atraso. Acabei por não dizer nada. Fui cobarde, mas qualquer paciente sabe que está numa posição de inferioridade. Esperei para ver como seria a consulta. Nem sequer me auscultou.”

Aqui, passei-me! Conhecem a anedota do J. Cristo que vem í  Terra mascarado de médico de família? Pois ele até faz com que um paralítico saia do consultório a andar, mas o paralítico exclama: “Este médico é a merda de sempre! Nem sequer me mediu a tensão!”

A Sra. Subdirectora queria ser auscultada e a médica não lhe fez a vontade! Claro que a médica não tem desculpa para ter chegado atrasada. Devia ser chicoteada em público, no mínimo e deviam ensinar-lhe que uma consulta médica inclui, sempre, uma auscultação!

E Catarina Caravalho não quereria, também, palpação abdominal, observação ginecológica, exame neurológico sumário, palpação mamária, observação da orofaringe, sinais meníngeos? Saberá ela o que deve e não deve ser feito em determinada consulta médica?

Continuando:

“Disse que estava saudável e mediu-me a tensão. Deve ter acabado aqui a minha relação com o SNS. Não por causa dele, coitado, mas por causa dos que não o servem em condições profissionais que me satisfaçam”.

Isto é soberba em estado puro!

Por causa de uma médica que chega atrasada e que não a ausculta, a subdirectora do Diário de Notícias deixa de ir ao Serviço Nacional de Saúde!

É como se eu deixasse de comprar o Diário de Notícias, só porque ele tem uma subdirectora tão obtusa!

“The Hoax”, de Lasse Hallstrom

hoaxO Diário de Notícias e o Público ofereceram uma série de dvd nas últimas semanas.

Cada vez mais, os jornais e revistas tentam captar mais compradores, não através das notícias e reportagens que publicam, mas graças aos brindes.

O DN, por exemplo, oferece, agora, aos domingos, utensílios de cozinha!

Adiante.

O que fazer com estes dvd oferecidos? Guardá-los para uma noite de chuva ou vê-los.

Este “The Hoax”, é uma seca.

Richard Gere interpreta o papel de Clifford Irving que, em 1971, tentou ludibriar a McGraw-Hill e a Life, garantindo que tinha em seu poder a autobiografia de Howard Hughes, o famoso milionário obsessivo-compulsivo que, nos últimos anos da sua vida se fechou em casa, nunca mais aparecendo em público.

Claro que era tudo mentira.

O filme até podia ser interessante mas as personagens de Irving e do seu amigo e co-autor da burla (Alfredo Molina) não têm substância e a história é contada aos repelões, nunca conseguindo agarrar o espectador.